Cacilhas | Concluídas as buscas pelos dois pescadores desaparecidos

Na Quinta-Feira, 9 de Janeiro, terminaram as buscas dedicadas a este caso por via marítima

As buscas dedicadas por via marítima, pelos dois pescadores desaparecidos na colisão entre um catamarã da Transtejo e um barco de pesca de amêijoa, ocorrido a 6 de Janeiro, terminaram na Quinta-Feira 9 de Janeiro, informou fonte da Autoridade Marítima Nacional (AMN) aos jornalistas.

Segundo a comandante Carla Morais, apesar de as buscas “especificamente dedicadas a este caso” terem sido dadas como concluídas ao fim de quatro dias, a área continuará sob vigilância das autoridades.

Durante o dia de ontem, adiantou a responsável, estiveram envolvidas nas buscas três embarcações, uma da estação salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa (CPL), uma dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas (BV Cacilhas) e outra do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa. Por terra foram também efectuadas diligências com elementos da Polícia Marítima (PM). A porta-voz da AMN também referiu que o helicóptero EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa (FAP) também passou ontem na zona que inha sido alvo de buscas pelos dois pescadores desaparecidos.

“A partir de amanhã [Sexta-Feira], todas as entidades que passam na área vão estar atentas”, acrescentou.

Os dois pescadores desaparecidos estavam numa embarcação que colidiu, na passada Segunda-Feira, com um catamarã de passageiros da Transtejo, que fazia a ligação entre o Barreiro e Lisboa. Dos quatro ocupantes dois foram resgatados com ferimentos. Os dois feridos, um com gravidade e outro ligeiro, foram transportados para o Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, tendo um deles já tido alta. O timoneiro da embarcação de pesca, resgatado com ferimentos graves nas duas pernas, permanece ainda internado no HGO, mas está já livre de perigo e “a receber os tratamentos adequados à sua situação”, declarou fonte do HGO.

Na Terça-Feira, o capitão do Porto de Lisboa, Paulo Rodrigues Vicente, disse que eram nulas as probabilidades de encontrar os pescadores com vida, mas frisou que as autoridades nunca desistirão de completar as buscas até que os dois desaparecidos sejam encontrados. Acrescentou também, que estava a “decorrer um processo de averiguações, com recolha de provas e diligências policiais”, e com ligação ao Ministério Público.

No mesmo dia, mergulhadores forenses da PM realizaram uma operação em que retiraram do rio Tejo os destroços da ganchorra da embarcação de pesca. Esta arte de pesca utilizada na pesca de arrasto, será analisada, numa operação que decorre à parte das buscas realizadas.

Na manhã da passada Quinta-Feira o perímetro foi alargado de 35 Km2 para 45 Km2. “A Polícia Marítima de Lisboa irá realizar buscas desde a Fonte da Telha, a Cascais, na zona de Carcavelos e a toda a margem até à barra”, declarou Paulo Vicente aos jornalistas.

Entretanto, o Ministério Público já abriu um inquérito para investigar o acidente. “Confirma-se a instauração de inquérito, o qual é dirigido pelo Ministério Público de Almada”, refere a Procuradoria-Geral da República (PGR) numa resposta à agência Lusa. Nesta investigação criminal já foram ouvidos todos os intervenientes, tripulantes e sobreviventes, disse Paulo Vicente.

Questionado sobre a possibilidade de estar em causa uma embarcação de pesca não legalizada, o Capitão do Porto de Lisboa, disse apenas que todos os pressupostos serão avaliados, e que a embarcação foi recolhida e está na posse da Capitania.

Também a Transtejo/Soflusa anunciou, numa resposta enviada à agência Lusa, a “instauração imediata de um inquérito interno” para apuramento das circunstâncias e responsabilidades do acidente. A transportadora fluvial explicou que “pelas 16h55 de Segunda-Feira, o catamarã “Antero Quental”, que fazia a ligação entre o Barreiro e Lisboa, foi abalroado por uma embarcação de pesca, tendo o mestre do navio tentado evitar o embate, designadamente com vários alertas sonoros, que foram ignorados pela embarcação de pesca.”

Segundo fonte da investigação citada pela Sic Notícias, os pescadores “terão sido arrastados pela força da corrente, e o mais provável, é que apenas sejam localizados na próxima semana ou até mais tarde.”

O homem que levou para terra os dois pescadores deu uma entrevista à TVI, onde mantém o anonimato, na qual garante “que se não tivesse ali chegado naquele momento também eles tinham morrido de hipotermia.”

Os dois mariscadores experientes desaparecidos têm 32 e 26 anos, e navegavam com destino à Trafaria com mais dois colegas até colidirem com um catamarã de passageiros.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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