Colisão entre ferry e barco de pesca provoca dois feridos e dois desaparecidos
Embate deu-se em frente ao Cais da Margueira, em Cacilhas
O acidente que ocorreu na passada Segunda-Feira, 6 de Janeiro, entre um catamarã que efectuava o transporte fluvial de passageiros no rio Tejo, entre o Lisboa e o Barreiro, e um barco de pesca de amêijoa, resultou em dois feridos graves e dois desaparecidos. As buscas foram suspensas durante a noite e retomam na Terça-Feira de manhã.
Em comunicado publicado ao final da tarde, Autoridade Marítima Nacional (AMN), confirmou que o alerta foi dado às 17h05, e que houve uma “colisão entre um ‘ferry’ e uma embarcação de pesca, e há dois pescadores desaparecidos nas águas do Tejo e dois feridos graves já recolhidos”, e que estavam a ser “efectuadas buscas por dois pescadores que se encontram desaparecidos no rio Tejo, depois de terem caído à água, na sequência da colisão.”
Seguidamente ao alerta dado pelo mestre do ‘ferry’ da Transtejo/Soflusa (TTSL) “Antero de Quental”, “foram de imediato activadas para o local uma embarcação do comando-local da Polícia Marítima de Lisboa, uma embarcação da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa e uma embarcação do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa”, e os Bombeiros Voluntários de Cacilhas (BV Cacilhas) apoiados por sete veículos e um meio aéreo, acrescenta o comunicado. Mais tarde foi também mobilizada uma equipa de mergulho dos RSB, que suspendeu as buscas por motivos de segurança devido à corrente das marés.
O mestre da embarcação da Transtejo já foi ouvido pela Polícia Marítima de Lisboa, a quem relatou que seguia o trajecto, sem efectuar nenhum desvio, quando a embarcação com quatro pescadores embateu na lateral do navio de passageiros. O choque levou a que a embarcação mais pequena se virasse e fundeasse.
Na embarcação de pesca seguiam quatro pescadores de amêijoa, dos quais dois “foram resgatados em estado grave por uma embarcação [de pesca] que se encontrava nas proximidades, e transportados até ao Cais da Margueira, em Cacilhas, onde aguardavam elementos do INEM que prontamente assistiram as vítimas e as transportaram, posteriormente, para uma unidade hospitalar”, o Hospital Garcia de Orta (HGO), no Pragal, em Almada, informa o mesmo comunicado. Um dos pescadores ficou com os membros inferiores esmagados, devido ao embate entre as duas embarcações.
A TTSL anunciou, numa resposta enviada à agência Lusa, a “instauração imediata de um inquérito interno” para apuramento das circunstâncias e responsabilidades do acidente. A transportadora fluvial explicou que pelas 16h55 o navio catamarã “Antero Quental”, que fazia a ligação entre o Barreiro e Lisboa, foi alvo de abalroamento por uma embarcação de pesca, adiantando que o mestre do navio tentou evitar o embate, designadamente com vários alertas sonoros, e que estes foram ignorados pela embarcação de pesca.
Explica ainda a TTSL, que foi realizado o procedimento habitual nestas circunstâncias, nomeadamente a realização de um exame de alcoolémia ao mestre do navio pelas autoridades competentes, “cujo o resultado foi de 0,0g/l de álcool no sangue”.
A Transtejo Soflusa, empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, e Lisboa, adiantou ainda que o transporte de passageiros na ligação fluvial Barreiro – Terreiro do Paço mantém-se activo e regular.
Pelas 19h30, o Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Lisboa, capitão-de-mar-e-guerra Paulo Rodrigues Vicente, que se encontra a coordenar as operações de busca, prestou declarações nas instalações da Capitania do Porto de Lisboa. Fazendo um ponto de sitação aquela hora, confirmou ter sido accionado um helicóptero EH-101 Merlin da Força Aérea Portuguesa (FAP) “cerca de 40 minutos” após o acidente, avançando que “as operações de busca e salvamento vão decorrer ao longo da noite”, enquanto as autoridades entenderem haver condições para tal. Afirmou ainda que a descida da maré poderia ajudar nas buscas, e que o helicóptero permite “cobrir a área toda”, ajudando com a sua iluminação. “Os canais que as embarcações de transportes de passageiros usam, para o Seixal, para o Barreiro, são cruzados diariamente por muitas embarcações”, admitiu o capitão do porto, confirmando que a colisão ocorreu dentro desse canal.
“Não temos previsão em termos de horas [para fazer as buscas], vamos ver as condições, vamos bater a zona, vamos verificar todas as zonas ali perto”, explicou Rodrigues Vicente, acrescentando que o “rio tem características muito especiais, não é mar aberto, a corrente tem uma forte influência no transporte de pessoas” e vão “agarrar nessa experiência e tentar encontrar essas pessoas”, tendo também em conta as “tabelas normais de sobrevivência na água.” Acrescentou que existe a dificuldade de não se saber se os desaparecidos “estão à tona da água” ou se estão com “meios de flutuação”.
Cerca das 21h30 a AMN emitiu novo comunicado, onde informou que os pescadores desaparecidos não tinham sido encontrados, e que “as buscas foram interrompidas esta noite e serão retomadas amanhã de manhã [Terça-Feira, 7 de Janeiro], com recurso a embarcações da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa, da Estação Salva-vidas de Cascais, dos Bombeiros Sapadores de Lisboa e dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Por terra, estarão empenhados meios do Comando-local da Polícia Marítima de Lisboa a realizar patrulhas nas duas margens do rio.”
As buscas pelos dois pescadores decorreram na zona do Tejo onde se deu a colisão e na zona da foz, pois a corrente pode tê-los levado para essa zona do rio.
"Antero de Quental", abalroamento, acidente, amêijoa, AMN, Autoridade Marítima Nacional, barco de pesca, bombeiros, Bombeiros de Portugal, Bombeiros Portugueses, Buscas, BV Cacilhas, Cacilhas, cacilheiro, Cais da Margueira, Capitania do Porto de Lisboa, Capitão do Porto e Comandante-local da Polícia Marítima de Lisboa, capitão-de-mar-e-guerra, catamarã, colisão, corrente, desaparecidos, embate, equipa de mergulho, Estação salva vidas de Lisboa, Estação Salva-vidas de Cascais, feridos graves, ferry boat, Força Aérea Portuguesa, helicóptero, INEM, inquérito interno, Instituto Nacional de Emergência Médica, mestre, operações de busca, Paulo Rodrigues Vicente, pescadores, Polícia Marítima de Lisboa, Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, rio Tejo, salvamento, Transtejo, Transtejo / Soflusa
Pingback: Retomadas buscas por dois pescadores desaparecidos no rio Tejo - Almada online
Pingback: Cacilhas | Concluídas as buscas pelos dois pescadores desaparecidos - Almada online