Caparica | Explosão na FCT-NOVA provoca um morto

O incidente aconteceu na empresa Omnidea localizada no Madan Parque da Universidade

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Uma explosão num contentor de testes de pressão, onde decorria uma experiência na área aeroespacial, no parque tecnológico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-NOVA), no Monte da Caparica, provocou esta Quinta-Feira, 4 de Julho, um morto e um ferido, informou a Proteção Civil de Setúbal.

O incidente terá acontecido na sequência de testes de pressão num contentor da Omnidea, uma empresa de investigação aeroespacial que utiliza as ex-instalações da Ydreams. A origem da explosão ainda é desconhecida. Sabe-se que estava a ser realizada uma experiência relacionada com investigação aeroespacial dentro de um contentor, semelhante aos dos navios de carga, afastado dos restantes edifícios da universidade

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Trafaria, Afonso Rocha, contou ao JN que, à chegada dos bombeiros, “estava uma vítima em paragem cardiorrespiratória, que tinha sido retirada de dentro do contentor por dois colegas, que sempre estiveram no exterior a acompanhar uma experiência”.

De acordo com o Comando Sub-regional da Península de Setúbal, em declarações à agência Lusa, há registo de “uma vítima mortal”, um homem de nacionalidade portuguesa com 25 anos, tendo o óbito sido declarado no local às 13h36, depois de manobras de reanimação infrutíferas, por parte da equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do INEM.

Segundo a mesma fonte, há também um ferido grave, “que não está directamente relacionado com a explosão” e era um dos colegas que tentaram salvar a vítima, que teve de receber assistência hospitalar por se encontrar em choque. Este ferido, de 51 anos, foi assistido pelos Bombeiros no local e transportado para o Hospital Garcia de Orta (HGO). Posteriormente, a Proteção Civil disse que o ferido grave passou a ser considerado ferido ligeiro.

Uma equipa de psicólogos do INEM assistiu cinco pessoas no local.

Ainda segundo a Proteção civil de Setúbal, para o local foi enviada a Brigada de Minas e Armadilhas para confirmar a segurança do espaço, e realizar uma peritagem para despistar eventuais novos focos de explosão. Foram mobilizados 12 veículos de socorro e 28 operacionais dos Bombeiros Voluntários da Trafaria (BV Trafaria), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).

O alerta para a explosão foi dado pelas 12h45, no parque tecnológico da FCT-NOVA (Madan Parque), indicou a mesma fonte. A investigação da ocorrência, que já foi comunicada à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), fica agora a cargo da Polícia Judiciária. Os factos serão também comunicados ao Ministério Público de Almada.

Actualização 17h 04-07-2024::

“Tanto quanto nós saibamos não houve nenhum estudante envolvido neste incidente”, afirmou o director do Conselho Científico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa, José Paulo Santos, em declaração aos jornalistas no local, pelas 16h30.

O professor rectificou a informação inicialmente avançada sobre a empresa envolvida na explosão, explicando que “o edifício é frequentemente chamado de Ydreams, mas actualmente quem opera no espaço é a Omnidea, uma empresa de tecnologia aeroespacial portuguesa”.

Em declarações à agência Lusa, fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR) adiantou que os meios de socorro, mobilizados a partir das 12h45, concluíram os trabalhos pelas 16h30.

“Por uma questão de preocupação” e para avaliar as condições do local para a mobilização dos meios de socorro, a GNR empenhou uma equipa de inactivação de engenhos explosivos, e de segurança em subsolo.

Sobre a origem da explosão, a força de segurança adiantou terem sido contactadas a Polícia Judiciária, que esteve no local e que está encarregue de investigar, e a ACT — Autoridade para as Condições do Trabalho.

“Os factos vão ser comunicados ao Ministério Público de Almada”, acrescentou fonte da GNR.

Tanto a vítima mortal como o ferido trabalhavam para a empresa Omnidea, segundo o director da universidade.

“A empresa, Apesar de funcionar dentro do ‘campus’, é autónoma”, indicou. “A área afectada é periférica e afastada da zona utilizada pelos estudantes, docentes, investigadores ou funcionários, sendo explorada por várias empresas privadas e com funcionamento independente da NOVA FCT”, detalhou ainda, explicando que a FCT-NOVA continua a “colaborar com as autoridades” e lamentando a “existência de uma vítima mortal decorrente da explosão”.

“Fomos informados de que quatro funcionários dessa empresa estavam envolvidos neste incidente”, indicou José Paulo Santos, lamentando a morte de um dos trabalhadores da Omnidea. O director referiu ainda “que as empresas têm de seguir todos os protocolos de segurança relativos à actividade que exercem”, ressalvando que não compete à universidade fiscalizar, porque “as empresas exercem de forma independente”.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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