Carro arde na Ponte 25 de Abril e gera caos nos acessos a Lisboa

Trânsito e comboios cortados, cacilheiros sobrelotados e filas nos acessos rodoviários

Cerca das 6h15 a manhã de hoje, 13 de Fevereiro, foi dado o alerta para a PSP de um veículo em chamas na ponte 25 de Abril, na sequência de uma colisão de entre três veículo, no sentido Norte-Sul, perto do fim do tabuleiro. Os meios de socorro, vindos de Lisboa, tiveram muita dificuldade em chegar ao local, devido à fila gerada no mesmo sentido. Os comboios da Fertagus estiveram parados, levando muitos utentes a optarem pelo transporte fluvial, que se mostrou insuficiente para milhares de passageiros, gerando enormes filas nos seus acessos.

O acidente não provocou vítimas, mas lançou o caos nos acessos a Lisboa, Almada e arredores. Os comboios da Fertagus foram interrompidos até às 7h, retomando a essa hora com atrasos muito significativos. Às 7h30 a empresa de transporte ferroviário informava nas sua conta do Facebook que “a circulação está a ser efectuada em via única no tabuleiro da ponte 25 de Abril e com atrasos significativos.” Às 8h a circulação ferroviária teve de ser novamente interrompida “devido a doença súbita” de uma passageira “no comboio que se encontra em Campolide.”

O trânsito na Ponte 25 de Abril foi restabelecido nos dois sentidos às 8h12, duas horas depois. Os atrasos na Fertagus chegaram a ser de uma hora na hora de ponta.

A paragem prolongada, a sobrelotação e segundo testemunhas “o ar condicionado desligado” a bordo do comboio, fizeram com que uma passageiro se sentisse mal, tendo a ligação a Lisboa sido interrompido até à chegada do INEM a Campolide. Os atrasos ainda se fizeram sentir mais intensamente nos transportes ferroviários, tendo a sua circulação sido normalizada só às 12h30.

“Cheguei a Corroios para apanhar o comboio das 7h54, o das 7h34 ainda não tinha passado, estavam com 30m de atraso. Tive de ir para Cacilhas. Cheguei às 8h15 e só me deixaram entrar no barco das 8h45.”, explicou Luís Loureiro, passageiro diário da Fertagus.

Vanessa Rodrigues relatou que “apesar dos problemas, o maquinista do comboio que apanhei às 7h12 nos Foros, tem sido impecável. Tem informado sempre os passageiros o que permite tomar decisões e dá algum conforto. Fica o elogio. Eu saí em Campolide e segui de Uber. Estava tudo parado em Campolide por doença súbita.”

“Há falta de segurança no sentido que vamos amontoados, pessoas nas escadas quando numa situação de viagem segura não deveria acontecer. Os comboios vão acima da capacidade.”, explica Cristina Oliveira

Anne Filipe concorda, dizendo que “Simplesmente acabou o conforto, assim como a qualidade do serviço prestado pela Fertagus. É uma vergonha. Repare, nem os comboios são higienizados.”

Paula Marques acrescenta que esta era “uma viagem de 20 minutos que agora nem saindo de casa 2 horas antes, se consegue chegar ao trabalho a horas!”

“As pessoas são transportadas em condições desumanas, parece que estamos num aviário…”, desabafa Gina Bilro.

Paula Sapatinho, descrevia às 8h12 que o “comboio sentido Setúbal – Roma Areeiro, quatro carruagens e simplesmente atolado de pessoas , vou fazer uma viagem de 1 hora de pé ( eu e mais de 100 pessoas) . Eu acreditei piamente que vocês [Fertagus] iam oferecer uma mudança de valor, mas que desilusão… E depois respondem para que encontremos outras soluções de viagem!”

Helena Mourato resume: “Já não há palavras para descrever tanta incompetência e tanta falta de respeito pelos passageiros, o pior de tudo é que as alternativas também não são melhores, senão era uma vez Fertagus.”

Nuno Miguel Lança afirma que “nenhum operador teve capacidade de se ajustar desde que os preços dos passes baixaram. Seja autocarros, comboios, barcos. Puseram a carroça a a frente dos bois.”

Os navios da Transtejo ficaram sobrelotados e atrasados, com os milhares de pessoas que se dirigiram à estação fluvial de Cacilhas, na tentiva de encontrar outra opção de transporte. As filas para o acesso fluvial a Lisboa estendiam-se até ao terminal rodoviário, no Largo Alfredo Dinis.

©DR / Acesso ao terminal de Cacilhas na manhã de hoje.

Também o trânsito no Centro Sul, em ambos os sentidos no acesso à ponte, na A2 no sentido Sul-Norte, e até na Costa da Caparica, sofreu com o corte na Ponte 25 de Abril, que gerou hoje filas em todos os acessos a Lisboa. Na A2 as o trânsito parado chegou a Foros da Amora no ínicio da manhã.

Ana Paula Campos, fala numa parede de nevoeiro a separar Almada de Lisboa, “e uma única ponte que está sempre com problemas, um comboio que também não funciona e um barco que funciona às vezes, isto tudo já há décadas a funcionar mal, já não há nem calma nem paciência que nos valha. E agora o governo fala numa nova ponte no Barreiro, uma vez mais somos deixados para trás.”

Foi uma manhã muito complicada para quem se dirigia a Lisboa.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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