Fertagus adia reforço de serviço na hora de ponta devido a humidade extrema
Estações a partir de Coina em situações caóticas de sobrelotação de passageiros
A Fertagus anunciou hoje, Segunda-Feira 20 de Janeiro, nas suas redes sociais, que a operação de reforço de carruagens nas horas de ponta, prevista iniciar-se esta Segunda-Feira, foi adiada para amanhã, “devido a uma situação inesperada de extrema humidade, que se fez sentir durante esta madrugada”.
A transportadora ferroviária explica ainda que esta situação provocou “problemas técnicos com o material circulante que impossibilitaram a realização das alterações anteriormente anunciadas para o dia 20 de Janeiro.”, ficando a decisão da circulação dos comboios duplos com oito carruagens, ser alternada com simples de quatro carruagens durante a hora de ponta sem efeito.
Ainda na mesma comunicação a empresa explica que “as alterações serão implementadas a partir do dia de amanhã, dia 21 de Janeiro”.
Os utentes almadenses depararam-se novamente com a estação do Pragal cheia de pessoas, que esperavam um comboio onde pudessem entrar, para chegarem ao seu local de trabalho nesta Segunda-Feira. Todas as composições de quatro carruagens chegavam já sobrelotadas à estação, como tem vindo a acontecer desde Dezembro de 2024, altura em que foi alterada a frequência dos comboios entre Lisboa e Setúbal, que passou a ser realizada de 20 em 20 minutos em ambos os sentidos.
Foi uma manhã de grande caos no Pragal, com os passageiros a tentarem entrar nas carruagens e a serem impedidas de os fazer por seguranças da Fertagus. As plataformas acumularam passageiros que não conseguiam lugar nos comboios, numa situação bastante insegura em que quem está atrás empurra quando vê aproximar-se um comboio. Viu-se até um carrinho de bebé ter ser transportado em braços por cima das cabeças da multidão para que conseguisse sair da estação. Os utentes descrevem uma situação que consideram do “terceiro mundo, onde há uns tempos atrás havia um bom serviço”.
“Não há mais como descrever a vergonha que é apanhar o comboio no Pragal. Ser empurrada para dentro da carruagem por funcionários e seguranças, é de uma falta de dignidade inexplicável. Até já esperar na plataforma é inseguro, dada a quantidade de pessoas à espera.”, disse Mafalda Manarte, uma utilizadora diária da Fertagus.
Carla Silva é peremptória “Tanta promessa de melhoria e acabei de sair do comboio das 6h49 do Pragal com apenas quatro composições, de onde uma funcionária da Fertagus ainda me quis tirar à força agarrando no meu braço para eu sair pois estava a mais! Resisti e resistirei sempre”.
“Vergonhoso! Quarro comboios perdidos em Corroios depois, tive de andar para o sentido de Setúbal para conseguir apanhar um comboio na Amora, e mesmo assim estava super cheio”, explica Joana Moreira.
Alexandre Pinho vai mais longe e atira “Isto é um verdadeiro escândalo. Estão a necessitar de uma ocupação selvagem da linha, que já era bem merecida, dado o desprezo da empresa pelos seus clientes.”
“O serviço passou de péssimo para verdadeiramente perigoso com elevado risco para integridade física dos passageiros.”, declara Ana Jesus.
Helena Zegre afirma que “O que se está a passar nas últimas semanas para podermos ir trabalhar é insuportável, a empresa Fertagus está a tratar as seus utentes como “gado ” para o matadouro. Assim me sinto.”
Luisa Dias explica que chegou “ao Pragal às 6h47 e estava um comboio simples a abarrotar com funcionários a empurrar para fecharem as portas. Imensas pessoas no cais que não conseguiram entrar. Só consegui entrar no quinto comboio às 7h30, todos simples, todos a abarrotar, todos com funcionários a empurrar para caber mais um. Avaria de material? Tretas! É só má gestão da operadora e falta de financiamento dos nossos governos, que nunca apostaram na compra de mais carruagens correspondente ao aumento de utentes.”
O aumento da oferta do horário de transporte ferroviário entre Lisboa e Setúbal foi anunciado em Novembro pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do alargamento do contrato de concessão da Fertagus por seis anos e meio, até 31 Março de 2031. No entanto, este contrato não prevê a compra de novo material circulante, que pertence à Parpública, estando a Fertagus a operar há 25 anos com as mesmas 18 carruagens iniciais.
Desde esta alteração na frequência que as queixas dos utentes não têm parado, levando a presidente da Câmara Municipal de Almada (CMA), Inês de Medeiros a deslocar-se à estação do Pragal na companhia de jornalistas, pedindo publicamente um aumento urgente das carruagens nos comboios, dadas as condições de transporte inumanas como os almadenses e seixalenses são transportados.
As estações mais afectadas por esta sobrelotação nas carruagens têm sido as de Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal, onde se verificou o recurso a seguranças para que a ordem fosse mantida, devido a altercações que têm surgido dado o despero dos utentes na tentativa de chegar ao seu local de trabalho a horas.
A ligação ferroviária entre Lisboa e a Margem Sul pela Ponte 25 de Abril foi inaugurada a 29 de Julho de 1999, com o objectivo de retirar carros da Ponte 25 de Abril, mantendo-se a sua lotação inalterada desde então, apesar do aumento exponencial de habitantes a Sul do Tejo.
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