Inauguração do edifício dos sapadores florestais na Bataria da Raposa

Ex complexo militar irá também acolher a proteção civil, polícia municipal e núcleo museológico

No dia 9 de Agosto, pelas 17h, realiza-se a cerimónia de apresentação dos projectos do complexo da Bataria da Raposa e a inauguração do edifício dos sapadores florestais, na Fonte da Telha.

A Bataria da Raposa é considerada um local com domínio de vigilância das praias e do mar, e do combate a incêndios, numa zona verde e sensível, como é a Arriba Fóssil da Costa da Caparica, onde se localiza. Aproveitando a sua localização e bom estado de conservação, a Câmara Municipal de Almada (CMA) dá uma nova utilização às antigas instalações militares, e promove também a musealização de algumas das estruturas militares edificadas, que irão integrar um futuro circuito visitável aberto ao público. 

A cerimónia tem início pelas 17h, com a entrega de certificados de presença aos participantes do programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e as Florestas. O “Mais Floresta 2024″ contou com cerca de 30 jovens, e tal como nas edições anteriores, os jovens realizaram acções de vigilância móvel, apeada, na Mata Nacional dos Medos, na área da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica; acções de sensibilização para preservação da floresta e respectivos ecossistemas à população que frequenta o espaço verde, incluindo a distribuição de folhetos sobre “Incêndios Rurais – Medidas de Autoproteção”; e identificação de áreas que necessitam de limpeza

Às 17h20, será feita a apresentação dos projectos do complexo da Bataria da Raposa. O projecto prevê que o espaço acolha o os sapadores florestais, o Serviço Municipal de Proteção Civil, que incluirá a Central Municipal de Gestão Integrada de Ocorrências, a Polícia Municipal, a base de apoio logístico e pré-posicionamento de equipas dos diferentes agentes de Proteção Civil, as instalações do ICNF e um polo museológico. Estará disponível um “simulador sísmico para os jovens”, visitas às Torres de Artilharia, a equipamentos no subsolo, uma cafetaria, um espaço para receber autocarros, uma loja de recordações, e um posto de observação.

Pelas 17h40, será feita a Inauguração do novo edifício de apoio aos sapadores florestais do concelho de Almada. O novo espaço é constituído por balneários, parque de viaturas, copa e armazém/oficina para manutenção de equipamentos.

A presidente da CMA, Inês de Medeiros, marcará presença na cerimónia.

©DR / Esta é a Bataria do antigo RAC que se encontra em melhor estado de conservação.

A Bataria da Raposa, onde funcionou o Regimento de Artilharia de Costa (RAC) – 6, extinto em 1999, passou para a competência de gestão da CMA, num entendimento com Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), num processo que envolveu a Direcção Nacional do Território.

O espaço, desmilitarizado em 2021, passou do Exército para o ICNF e, o acordo com o Estado engloba a transferência do direito de gestão para o município por 50 anos, ou seja, não é uma transferência de titularidade. No âmbito da descentralização de competências do Estado para as autarquias, a câmara propôs a transferência daquele património para a sua gestão.

O complexo abrange oito edifícios localizados em cerca de seis hectares, na Mata Nacional dos Medos, com domínio estratégico sobre as praias a sul da Costa da Caparica. Aberto a visitas da comunidade vai ficar o edifício 8, para onde está destinada a instalação de um núcleo museológico que manterá o património histórico.

Um pouco de História

A Bataria da Raposa era o 6º reduto de defesa da costa marítima portuguesa, e destinava-se a proteger a zona compreendida entre a foz do rio Tejo e a foz do rio Sado, sendo apoiada pela 7ª Bataria do Outão a sul, que se encontra bastante degradada, e a norte, pela 5ª Bataria da Raposeira, na Trafaria, em completo estado de abandono.

O Regimento de Artilharia de Costa (RAC) foi criado pelas Forças Armadas Portuguesas em 1939, após a Segunda Guerra Mundial, através do Plano luso-britânico Barron, que tinha por missão criar uma força estratégica para impedir o desembarque inimigo de uma força convencional apoiada por unidades navais, nas imediações dos estuários do Tejo e do Sado.

Construída entre 1944 e 1958, e bem conservada, a Bataria na Mata Nacional dos Medos disparou as suas armas pela última vez em 1998.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online