Liga dos Bombeiros alerta para retenção de macas nos hospitais
António Nunes, presidente da Liga diz que situação é grave na margem Sul e, que as ambulâncias "são poucas para a população existente"
Em entrevista à SIC Notícias durante a manhã de hoje, 31 de Agosto, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, diz que “a situação é mais grave na Área Metropolitana de Lisboa, em especial na margem sul.”
A Liga dos Bombeiros Portugueses diz que há hospitais a reter macas das ambulâncias durante várias horas, o que impede os bombeiros de desempenharem as suas funções. Esta manhã, em entrevista à SIC Notícias, o presidente da Liga, António Nunes, considerou que está a ser feita uma má gestão dos recursos.
“É frequente ambulâncias da linha a de Cascais a irem fazer urgências e emergências a Setúbal, o que isto quer dizer é que depois da chamada pode demorar uma hora, uma hora e meia até chegar uma ambulância. Isto é inaceitável do ponto de vista daquilo que é o direito que o utente tem perante uma situação de emergência.”, alerta António Nunes.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses diz que a situação é mais grave na Área Metropolitana de Lisboa, em especial na margem sul. “Seis, sete horas de espera [no atendimento dos doentes] nos hospitais da margem sul, acontece quase todos os dias”.
“Nós tivemos o cuidado de fazer um contacto com a região do Norte e nós notamos que aí os tempos são muito inferiores àqueles que se passa em Lisboa. Em Lisboa, em particular na margem sul. De facto, este triângulo, Almada, Barreiro, Setúbal tem-nos trazido várias situações complexas e, em particular, esta questão da falta de ambulâncias permanente que existe, não só porque elas são poucas para a população existente, como também quando se chega ao hospital, o tempo que demora entre a triagem e depois a entrega do doente. Em algumas circunstâncias, estamos a falar em tempos de uma hora, uma hora e meia, até conseguir fazer o primeiro atendimento”, realça António Nunes.
Este tempo de espera numa situação de emergência traz também problemas acrescidos para os bombeiros, “os familiares recebem-nos mal, é normal temos que o compreender. Por outro lado, a incapacidade que alguns dos nossos bombeiros depois sentem, com alguma revolta, porque em situações de emergência não estão lá no momento em que deviam estar”.
O presidente da Liga garante que as todas as autoridades estão a par desta situação, mas que o problema continua por resolver. “O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), sabe perfeitamente, a hora a que acciona a ambulância dos bombeiros, a hora a que a ambulância dos bombeiros chega ao local, a hora que chega ao hospital e a hora que a ambulância dos bombeiros sai do hospital. Portanto, se quiserem fazer factualmente esta estatística, ela pode ser feita”, assegura.
António Nunes refere ainda que “a Liga dos Bombeiros Portugueses fez uma queixa na Inspeção-Geral das Actividades em Saúde há cerca de 6 meses, para fazerem uma auditoria a esta situação” sobre esta questão da retenção de macas, que se resolve “com um melhor planeamento e organização dos próprios hospitais”, defende o responsável da Liga.
Recorde-se que não é esta a primeira vez que a Liga dos Bombeiros Portugueses alerta para o problema da retenção de macas nos hospitais, devido a falta de macas ou camas livres nos mesmos. Este facto leva a que as ambulâncias fiquem retidas nos hospitais à espera das suas macas, fazendo com que haja menos ambulâncias disponíveis para atender situações de emergência ou, que as que se encontrem livres façam deslocações de maior distância.
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