Margem Sul sem urgências de obstetrícia durante cinco dias
Dificuldade em garantir equipas médicas no próximo fim-de-semana agrava constrangimentos
Hospitais de Setúbal, Almada e Barreiro estarão fechados a grávidas, pelo menos até à próxima Quarta-Feira 4 de Setembro. Segundo o plano de urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Hospital Garcia de Orta estará sem urgências de obstetrícia e ginecologia até 5 de Setembro.
No Sábado, além destes três serviços, na região de Lisboa e Vale do Tejo estarão igualmente de portas fechadas as urgências de obstetrícia dos hospitais de Santa Maria, Loures, Santarém e Caldas da Rainha. A nível nacional são nove os encerramentos confirmados, com Portimão e Leiria também inoperacionais. No Domingo, deste grupo de hospitais, apenas reabre Caldas da Rainha.
Ter o plano de inverno pronto é bom mas “os nossos recursos vão continuar a faltar no próximo Inverno”. O director executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, admite concentração de urgências de obstetrícia na região de Lisboa: “Não queremos que isto continue.” Assim, se a nova comissão propuser a concentração de urgências na região de Lisboa, a direcção executiva do SNS está disposta a aceitar essa solução. A Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) considera esta medida “tecnicamente difícil”, mas “viável”, lembrando que a defende “há muito tempo”.
“A dificuldade em garantir equipas médicas neste fim-de-semana agravaram os constrangimentos em alguns serviços de urgência”, salientou o organismo em nota de imprensa, salientando que “está a monitorizar a situação ao minuto, de modo a continuar a garantir o funcionamento em rede e o acesso a cuidados de saúde a quem necessita”.
A Direcção Executiva do SNS alerta a população para “constrangimentos nos serviços de urgência durante o próximo fim-de-semana” e pede aos utentes para “ligarem sempre para a linha SNS24/SNS Grávida 808242424 antes de se dirigirem a um hospital”.
Concentração das urgências de obstetrícia
Os presidentes das câmaras de Almada, Barreiro e Setúbal discordam de uma eventual concentração de urgências obstétricas.
Os autarcas consideram que a hipótese de concentração irá ser o início de um caminho que passaria pelo encerramento de urgências de obstetrícia, ginecologia e blocos de partos. Consideram ainda, que a decisão de concentração pode condicionar a capacidade de resposta às populações, e garantem que não vai resolver problemas de fundo, como a falta de profissionais de saúde no sector.
André Martins, presidente da Câmara de Setúbal, CDU, afirma que a hipótese “não serve os interesses das populações” da região, que vai de Palmela a Sesimbra e até ao litoral alentejano.
Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada, PS, salienta que “a concentração irá condicionar as respostas” e defende que “é preciso reforçar-se a capacidade hospitalar a sul do Tejo, até ao Algarve”.
Frederico Rosa, presidente da Câmara do Barreiro, PS, só admite a concentração como “medida transitória”. O autarca salienta que “no ano passado estávamos a falar de rotatividade, este ano de concentração. Para o ano estaremos a falar do quê?”. Nesse sentido, defende um “consenso político alargado” entre os partidos com assento parlamentar, para se chegar a uma “grande medida” estrutural.
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