Taylor Swift, Marrocos, Beja, o TGV e Almada!?

Taylor Swift, Marrocos, Beja, o TGV e Almada, o que têm em comum? Nada ou tudo!

Noticiou o jornal Expresso no passado dia 24 de maio que a estrela mundial Taylor Swift aterrou nesse dia no aeroporto de Beja vinda de Ibiza. A cantora, compositora, atriz, e dançarina, norte-americana veio atuar em Portugal. Taylor viajou num jato contratado por uma companhia aérea privada, deslocando-se depois de Beja para Lisboa de automóvel. Do nada, o Aeroporto de Beja é notícia por bons motivos. Afinal há quem faça o seu touchdown em Portugal no Alentejo.

Mas se falamos do Alentejo, temos de falar de Marrocos, faz sentido, aliás, a mãe de Al-Mu’tamid era uma berbere de Beja onde este importante Rei nasceu em dezembro de 1040, e onde viveu até aos 11 anos de idade. Para quem não sabe, Al-Mu’tamid foi um poeta e homem erudito e, também, um feroz guerreiro nos campos de batalha do sul da Península Ibérica, tendo sido Governador de Silves e Rei de Sevilha. O Rei Al-Mu’tamid encontra-se sepultado num Mausoléu em Aghmât, a sul de Marrakech.

Em Marrocos, o comboio de alta velocidade (TGV) serve atualmente 4 estações: Tânger, Kenitra, Rabat e Casablanca. A Al-Boraq é uma ferrovia de alta velocidade de 323 km de comprimento e a primeira do tipo no continente africano. Esta ferrovia foi inaugurada a 15 de novembro de 2018 pelo rei Maomé VI de Marrocos após uma década de planeamento e construção pela companhia ferroviária nacional de Marrocos, a ONCF – Office National des Chemins de Fer du Maroc. Podemos fazer a viagem Tânger-Casablanca em apenas 2h10, Rabat-Tânger em 1h20, e Kenitra-Tânger em apenas 50 minutos.

Em Portugal não existe (ainda) TGV, mas podia existir (um pequenino para começar), por exemplo, entre o aeroporto de Beja e Lisboa. Seriam cerca de 174 km sempre paralelos a autoestrada e distaria Lisboa-Beja em 1h05, o que tornava o Aeroporto de Beja uma solução viável.

Assim sendo, o TGV entre Beja e Lisboa faz sentido, até porque o XXIV Governo Constitucional da República Portuguesa, no passado dia 14 de maio, anunciou a construção da terceira travessia do Tejo em Lisboa (TTT) entre Chelas e o Barreiro, que será simultaneamente ferroviária e rodoviária. Ora, passaria bem nessa nova travessia ferroviária o TGV.

Dirão alguns: 1h05 de TGV entre Lisboa e Beja é muito tempo! Não é. Dou alguns exemplos: o Aeroporto de Istambul, no distrito de “Arnavutköy”, na parte europeia de Istambul, distancia do centro desta cidade 1h28 por ferrovia; o Aeroporto de Atenas, também conhecido como “Elefthérios Venizélos”, é o principal aeroporto que serve a cidade de Atenas e a região da Ática, na Grécia, distancia do centro desta cidade 1h25 por ferrovia; o Aeroporto de Roma, distancia do centro desta cidade 1h24 por ferrovia. E podia continuar. Ou seja, 1h05 por TGV entre o Aeroporto de Beja e Lisboa é uma solução viável e faz sentido.

Tínhamos assim, uma obra de impacto a sul do Rio Tejo que, entre outras regiões, iria favorecer o desenvolvimento económico do Concelho de Almada, o que beneficiaria a sua população e promovia mais mobilidade na travesia do rio Tejo.