Almada | Mal Viver e Viver Mal, de João Canijo
Nos dias 12 e 13 de Setembro pelas 21h, são exibidos os filmes Mal Viver e Viver Mal, de João Canijo, no Auditório Fernando Lopes-Graça
O Auditório Fernando Lopes-Graça exibe o díptico cinematográfico de João Canijo, nos dias 12 e 13 de Setembro pelas 21h.
“Mal Viver” e “Viver Mal” fazem caminho separados, mas as sombras das personagens de um pairam sobre o outro. A família de mulheres, proprietária do hotel, em “Mal Viver”, e os clientes que frequentam o mesmo hotel em “Viver Mal”. Ambos passam-se no mesmo fim-de-semana. É o mesmo elenco, o mesmo cenário, mas são retratos diferentes sobre mães, uma espécie de tudo sobre más mães. Nesta dupla perspectiva, um filme em duas partes, a âncora é o hotel.
João Canijo resume assim: “o ‘Mal Viver’ é um filme sobre como a ansiedade da responsabilidade de ser mãe, pode impedir de ser mãe carinhosamente, o ‘Viver Mal’ (inspirado nas peças de August Strindberg) é como as mães são absolutamente terríveis. A ansiedade que impede de viver e pode impedir de amar. Especialmente impede muito de viver. A ansiedade implica ter medo da vida, o que é terrível.” E acrescenta “Sou eu que acho: as mães, por muito bem que tentem fazer, acabam sempre por asfixiar os filhos e, mais ainda, as filhas. As avós dão cabo da vida das filhas e as filhas acabam por dar cabo da vida das netas, num ciclo imparável. É uma minha ideia.”
Rita Blanco tem outra percepção. “O ‘Mal Viver’ fala da impossibilidade de ser mãe, porque não se foi amada como filha, o ‘Viver Mal’ é quase como se fosse os estereótipos do horror das mães, de serem más”. Um olhar impiedoso sobre mães que secam a vida daqueles que geraram.
“Mal Viver” e “Viver Mal” dão também o mote para um documentário assinado por Rita Blanco e pela sua filha Alice Nascimento, que deve estrear até final do ano.
Para além do Urso de Prata, Prémio do Júri para Melhor Realizador no Festival de Berlim para “Mal Viver”, o filme venceu também o galardão de Melhor Realizador no Festival de Montevideo e, o Grande Prémio e o Prémio do Público no Festival de Las Palmas, que premiou as duas obras como um só filme. Mesmo antes da estreia comercial em Portugal, foi ainda coroado, por voto unânime do júri, como vencedor da competição nacional de longas-metragens do IndieLisboa.
Terça-Feira 12 de Setembro, 21h | Mal Viver
Num hotel familiar junto à costa norte de Portugal, herdado por cinco mulheres da mesma família de gerações diferentes. Numa relação envenenada pela amargura tentam sobreviver no hotel em decadência e salvá-lo da ruína, vivendo nele um conflito antigo e irresolúvel durante um fim de semana, enquanto os clientes vão e vêm. A chegada inesperada de uma neta a este espaço claustrofóbico provoca perturbação e o avivar de ódios latentes e rancores acumulados.
Ficha Técnica:
Título original: Mal Viver
Realização: João Canijo
Argumento: João Canijo
Produção: Pedro Borges
Elenco: Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Carolina Amaral, Leonor Vasconcelos
Fotografia: Leonor Teles
Som: Tiago Raposinho, Elsa Ferreira
Edição: João Braz
Género: Drama
Origem: França, Portugal
Ano: 2023
Duração: 127 minutos
Classificação: M/14

Quarta-Feira, 13 de Setembro, 21h | Viver Mal
Se em “Mal Viver” os protagonistas eram os donos do hotel, neste “Viver Mal”, a história revolve em torno dos clientes que ali se encontram, que no primeiro filme eram quase fantasmas, figurantes, passando a ter o papel de protagonistas neste segundo filme. A acção desenrola-se durante um fim-de-semana, quando chegam ao hotel três núcleos familiares, cada um com uma série de problemas por resolver. Jaime, fotógrafo, regressa ao lugar onde passou férias com os pais para tentar salvar o relacionamento com Camila; Judite, uma mãe controladora, quer passar algum tempo com Júlia, a filha, que traz consigo a namorada; e Alex chega ali com Graça, com quem acabou de se casar, e com Elisa, a sogra, com quem mantém um caso amoroso.
É nesta parte do diptíco que entram ss duas únicas personagens masculinas destas duas fitas, interpretadas por Nuno Lopes e Rafael Morais.
Exibido na secção Encounters do Festival de Cinema de Berlim, um drama sobre relações tóxicas realizado por João Canijo que faz parte de um díptico que se complementa com “Mal Viver”.
Ficha Técnica:
Título original: Viver Mal
Realização: João Canijo
Argumento: João Canijo
Produção: Pedro Borges
Elenco: Nuno Lopes, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Rafael Morais, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos, Carolina Amaral, Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto
Fotografia: Leonor Teles
Som: Tiago Raposinho, Elsa Ferreira
Edição: João Braz
Género: Drama
Origem: França, Portugal
Ano: 2023
Duração: 124 minutos
Classificação: M/14
Preço: 3,00€ |Desconto de 50% para jovens e seniores
Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a sábado das 10h00 – 13h00 | 14h30 – 18h00
1 hora antes de espectáculo ou sessão de cinema