Almada | Mário Viegas homenageado em a “A Graça da Desgraça”
A exposição está patente ao público até 21 de Dezembro, na Galeria de Exposições do TMJB
Figura incontornável do teatro português, Mário Viegas soube explorar as fronteiras entre a comédia e tragédia, com particular ênfase no humor negro, invulgar capacidade de visceralidade e um certo surrealismo. A exposição “A Graça da Desgraça – Comédia e Tragédia em Mário Viegas”, procura seguir essas linhas do seu percurso artístico, a partir do importante espólio que doou ao Museu Nacional do Teatro e da Dança (MNTD).
A exposição tem a curadoria de Paulo Baptista Ribeiro, do MNTD, e dela constam dezanove fotografias de parede captadas em palco e em estúdio, e um teatro de papelão construído por Mário Viegas, quando ainda era uma criança. Neste teatro, em vez dos fantoches criados pelo actor, pooderá assistir a uma composição videográfica, com uma série de excertos de actuações do artista.
Num vídeo gravado para a Companhia de Teatro de Almada (CTA), Paulo Baptista Ribeiro explica a escolha do título da exposição com o facto do humor em Mário Viegas “ter sempre um lado trágico”. “O que Mário Viegas nos tenta dizer, citando, por exemplo, Samuel Beckett, é que não há nada mais engraçado que a desgraça”, acrescenta. A mostra tenta retratar “o humor negro, trágico-cómico de um conjunto de peças e filmes e também outro tipo de performances da carreira de Mário Viegas”.
Desenhos de Mário Viegas sobre a peça “O Fantasma” no Teatro ABC, e outro, em estilo banda desenhada, sobre a apresentação de “Mário gin tónico” no “Teatro Experimentali do Puôrto”, como está grafado no desenho, também podem ser vistos.
Outro lado da exposição consiste na “Auto-Photo Biografia (não autorizada)” de Mário Viegas, livro de grande formato escrito pelo próprio actor antes de morrer, e lançado postumamente pela sua irmã. O livro tem cerca de 250 páginas com fotografias, recortes, banda desenhada e outros apontamentos pessoais que detalham a vida e carreira do actor, nascido em Santarém em 1948 e falecido em Lisboa, em 1996, aos 47 anos.
A “Graça da Desgraça” é a exposição que acompanha a peça “Elogio do Riso“, de e com Maria Rueff, e pode ser visitada de Quinta a Sábado das 12h às 21h30, e aos Domingos das 12h às 19h. A entrada é livre.
"A graça da desgraça", Almada, Cultura, exposição, Galeria de Exposições, Mário Viegas, Teatro Municipal Joaquim Benite
