ASCC leva à Austrália o surf caparicano

Associação de Surf da Costa da Caparica compete pela primeira vez na Usher Cup World Club Challenge 2025

A ASCC (Associação de Surf da Costa da Caparica) vai participar na Usher Cup World Club Challenge 2025 (UCWCC), um evento que reúne alguns dos melhores clubes de surf a nível mundial, e que decorrerá entre 17 a 19 de Janeiro de 2025, em Snapper Rocks, na Gold Coast, Austrália.

O clube de surf da Costa da Caparica assegurou esta presença histórica, sendo o primeiro clube português a competir com os seus atletas na principal prova de clubes a nível mundial. Guilherme Ribeiro, Mafalda Lopes, Martim Paulino e Tiago Guerra compõem a equipa de atletas que representará a Costa da Caparica e Portugal além-fronteiras. Guilherme Ribeiro sagrou-se bicampeão nacional em 2024 e representa Portugal no circuito Challenger Series da WSL (World Surf League). Mafalda Lopes conta com vários títulos de campeã no seu currículo. Martim Paulino já foi campeão nacional de Sub-18, dedicando-se actualmente ao free surf, enquanto Tiago Guerra faz parte da nova geração, representando o futuro do surf da Costa da Caparica.

“A oportunidade de a ASCC participar na Usher Cup World Club Challenge 2025 é a cereja no topo do bolo”, afirma o presidente da ASCC, Miguel Gomes. “É um sonho tornado realidade. Trata-se do reconhecimento do trabalho desta direcção, que tem ligação com o clube há 30 anos. Temos procurado fazer a diferença e mostrar à nova geração que devemos ter orgulho na nossa terra, que existe uma história que deve ser respeitada e preservada. É um privilégio representar a Costa da Caparica e Portugal na Gold Coast, durante o verão australiano, num evento que para nós simboliza o melhor que o surf tem.”, acrescenta.

“A Austrália é o país onde os clubes têm maior força e são uma inspiração para nós. Identificamo-nos com a qualidade do trabalho que têm desenvolvido ao longo de décadas. Vai ser marcante estar ao lado de lendas vivas do surf como o campeão mundial de 1978, Wayne “Rabbit” Bartholomew. É extremamente gratificante sentir que tudo isto é possível. Vamos participar no evento com um grupo de atletas formados no clube, que têm tido sucesso a nível nacional e internacional. Serão 12 dias de intensa aprendizagem e de partilha de experiências únicas. O nosso objectivo é aproveitar ao máximo e tirar o maior proveito desta experiência enquanto clube”, conclui Gomes.

Ao todo, serão 48 os clubes de surf, provenientes dos quatro cantos do mundo, que irão representar as suas praias locais, competindo por um prémio monetário global de 100 mil dólares australianos. O clube vencedor ganhará 7.000 dólares, e os prémios são igualitários para as categorias masculina e feminina. A competição é organizada pelo Snapper Rocks Surfriders Club (SRSC), o clube de surf local de uma das melhores ondas do mundo.

A Austrália é um país onde a cultura de clubes de surf é muito relevante, valorizando sempre a importância das raízes do surf, conhecidas internacionalmente como “boardriders club”. Este conceito tem como ADN transmitir valores às novas gerações, como a cultura do surf e o respeito pelo oceano. Os surfistas portugueses terão a oportunidade de competir com alguns dos melhores surfistas mundiais, incluindo campeões como Mick Fanning, Joel Parkinson e Mark Occhiluppo, juntamente com os talentos emergentes da nova geração que competem no Championship Tour, Challenger Series ou Qualifying Series.

A participação destes atletas, reconhecidos mundialmente pelo seu talento, garante que a Usher Cup World Club Challenge 2025 seja uma experiência de alto nível. Estes atletas levarão consigo não só o profissionalismo, mas também o espírito competitivo.

Por parte da Austrália, além do clube de surf local de Snapper Rocks, outros clubes de várias regiões do país, como Noosa, Burleigh Heads, North Narrabeen e Merewether, entre outros, já confirmaram a sua presença. A nível internacional, clubes oriundos da Califórnia (Huntington Beach, Santa Cruz e San Clemente), da Florida, do Havai, do Japão e da Indonésia também integram a lista de participantes.

A Usher Cup foi co-fundada por Theodore Vairaktaris, um empresário de sucesso na indústria da construção, e pela lenda do surf australiano Wayne “Rabbit” Bartholomew, que desempenha um papel crucial na organização do evento. Bartholomew, uma figura histórica no mundo do surf, conquistou o título mundial em 1978 e tem contribuído significativamente para o crescimento do surf competitivo na Austrália, tendo sido presidente da ASP (Association of Surfing Professionals), antes desta se tornar na actual WSL (World Surf League).

Ao contrário das edições anteriores, na próxima edição não haverá títulos individuais em disputa, reforçando o espírito de equipa e incentivando a contribuição de todos para o título colectivo. Além do troféu para o melhor clube de surf, serão realizadas Expression Sessions com prémios para “Melhor Aéreo”, “Melhor Onda”, “Surfista Mais Criativo” e “Melhor Espírito da Usher Cup”.

As novidades já anunciadas para 2026 pela Usher Cup World Club Challenge, revelam que irá tornar-se oficialmente no Campeonato Mundial de Clubes. Será um evento composto por duas etapas, que começará em Snapper Rocks e terminará em Trestles, na Califórnia, estabelecendo um novo padrão para as competições globais de clubes de surf.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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