Costa da Caparica – A cidade esquecida do concelho de Almada

A falta de resolução no problema da habitação, tendo a Costa da Caparica um dos maiores bairros de barracas da grande Lisboa, mesmo à entrada da cidade como péssimo postal de visita, deveria fazer corar de vergonha um executivo, que em seis anos pouco ou nada fez para desenvolver e dar dignidade à cidade.

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A Costa da Caparica é uma pérola integrante do concelho de Almada. Com a Fonte da Telha, constitui dois territórios de excelência à beira-mar, virados para o Oceano Atlântico, detentores de uma paisagem natural e ambiental de fazer inveja a muitos concelhos do país e, a muitos países da Europa. 

A cidade da Costa da Caparica tem todos os recursos para se posicionar como um dos locais mais emblemáticos da grande Lisboa; só não o é, pois a falta de investimento é gritante, desperdiçando-se recursos e oportunidades que há muito deveriam ter sido concretizadas. 

As responsabilidades pela falta desse investimento devem ser repartidas entre a falta de visão e de estratégia da câmara de Almada, liderada por Inês de Medeiros, e a falta de investimento que o Estado, governado por António Costa, têm para com o concelho de Almada no seu todo, mas em concreto para com a Costa da Caparica e a Fonte da Telha. Esta última é um exemplo do que é um péssimo ordenamento do território mesmo às portas de Lisboa, mas tal não chega para envergonhar nem a presidente da câmara de Almada nem o Governo, pois não se conhecem projectos para o local. 

A falta de resolução no problema da habitação, tendo a Costa da Caparica um dos maiores bairros de barracas da grande Lisboa, mesmo à entrada da cidade como péssimo postal de visita, deveria fazer corar de vergonha um executivo, que em seis anos pouco ou nada fez para desenvolver e dar dignidade à cidade. 

Ao nível da limpeza e da gestão do espaço público, muito foi prometido em campanhas autárquicas, mas muito está por fazer. As reclamações sobre o lixo acumulado nas ruas são uma constante, a falta de limpeza no paredão é uma realidade, tal como o abandono do mesmo espaço sem ideias e sem projecto que o dignifique. 

Falta um local adequado e com condições para os pescadores da Costa, nomeadamente o tão desejado corredor de passagem dos tractores; falta manutenção nos espaços de apoios de praia, sendo que alguns se encontram totalmente abandonados e em alto estado de degradação; falta o regresso do Transpraia às praias da Costa, também há muito prometido por Inês de Medeiros mas que continua sem resolução.

Ao nível do desporto, apesar da cidade ser conhecida pelas excelentes condições para a práctica do Surf e de outras modalidades semelhantes, também há muito que foi prometido à comunidade local o centro de alto rendimento do Surf, mais uma promessa que fica na gaveta. A falta de uma piscina com características olímpicas e de alta competição, faz também parte do muito que há por concretizar ao nível do desporto na Costa da Caparica, e que é desejado pelos caparicanos.  

Na cultura, está em falta um centro multiusos que englobe uma biblioteca e uma sala de estudo, oferecendo aos alunos da Costa da Caparica um espaço condigno. Ainda na educação, faltam salas de pré-escolar, garantido uma maior e melhor oferta aos alunos e aos pais. Um verdadeiro programa cultural todo o ano é também uma das lacunas existente na localidade, pois não chegam os dois festivais que agora se realizam, O Sol da Caparica e o Sumol Summer Fest, dos quais os comerciantes se queixam por trazerem pouco retorno para o centro da cidade. 

Nas acessibilidades e nos transportes, apesar de melhorias nas vias, – sendo que a sua maiori transita do anterior mandato -, a Costa da Caparica continua a sonhar com a extensão do Metro Sul do Tejo, transporte que facilitaria a vida em termos de deslocação, retirando do centro da cidade milhares de automóveis, ajudando a criar um melhor ambiente e, devolvendo o espaço às pessoas. Apesar das promessas de Inês de Medeiros e de António Costa, os caparicanos sentem-se enganados, pois não passaram de promessas de propaganda eleitoral. 

Em resumo, muito está por concretizar na Costa da Caparica e na Fonte da Telha. Inês de Medeiros, já com seis anos de mandato à frente da Câmara Municipal de Almada, não tem ideias nem estratégia para a Costa. Atrevo-me mesmo a dizer que não tem interesse na Costa da Caparica, caso contrário, resolvia, construía e desenvolvia. 

Inês de Medeiros tem uma visão obtusa da cidade, não tem jeito nem competência para o cargo que ocupa, pois, seis anos de mandato, pautam-se por muito poucochinho.

Uma verdadeira alternativa precisa-se para a Cosata da Caparica e para uma Almada Desenvolvida.

António Pedro Maco

Deputado Municipal eleito pelo CDS-PP na Assembleia Municipal de Almada

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