Miguel Oliveira estreia nova mota nos testes do MotoGP

Encerra o capítulo na Trackhouse e inicia o da Pramac

O piloto almadense Miguel Oliveira estreia na Terça-Feira, 19 de Novembro, a nova mota, uma Yamaha M1 com a qual irá disputar a temporada de 2025, nos primeiros testes de inverno do Mundial de MotoGP, em Barcelona.

Barcelona recebeu no passado fim-de-semana a decisão do título mundial, com um Grande Prémio de Solidariedade para com a região de Valência, conquistado por Jorge Martín. De regresso à competição após dois meses de paragem forçada por lesão, Miguel Oliveira conduziu a sua Aprilia à 12ª posição da prova. O português despediu-se assim da equipa Trackhouse, com o 15º lugar no Mundial de Moto GP.

Em reacção ao que aconteceu este Domingo no circuito Barcelona-Catalunha, Miguel Oliveira declarou que “Eu desfrutei da corrida. Foi uma daquelas em que começamos e damos tudo até à última volta o mais que conseguimos. O meu ritmo foi muito consistente, embora depois da corrida, não tenho a certeza da escolha de pneu que fiz para a traseira. Fui o terceiro (classificado) com pneu traseiro duro, o primeiro foi o Morbidelli em oitavo e eu terminei a cinco segundos dele. Finalmente, não sei se deveríamos ter apostado com o macio, o médio não era a melhor escolha, mas talvez o macio. De qualquer forma, estou feliz: fiz o meu trabalho, uma boa performance para me despedir da equipa e estou contente por isso”.

O piloto vai agora trocar a equipa norte-americana Trackhouse pela Pramac, que em 2025 substitui a Ducati pela Yamaha. Trata-se da equipa que deu o título mundial de pilotos a Jorge Martín este ano, conquistando ainda, o campeonato de equipas independentes, depois de ter conquistado o título de equipas em 2023, e de ter discutido o título de pilotos até à última corrida, também com Jorge Martín, nesse ano.

Para Miguel Oliveira, será a quinta equipa diferente desde que chegou em 2019 à categoria principal do mundial de velocidade, o MotoGP, pelas mãos da Tech3 KTM, gerida por Hervé Poncharal, com a qual conquistou duas vitórias (Estíria, na Áustria, e Algarve, em Portugal) em 2020. Em 2021, subiu à equipa oficial da KTM, vencendo na Catalunha, para somar mais dois triunfos já em 2022, na Indonésia e na Tailândia. No ano passado, Oliveira mudou-se para a RNF Aprilia, que perderia a licença para competir no final da temporada por dificuldades financeiras, sendo substituída pela Trackhouse.

©FB MO / Última corrida pela Trackhouse aconteceu Domingo, dia 17 de Novembro, em Barcelona.

Em 2025, Oliveira chega à Pramac, equipa que nasceu em 2002, tem a sua base na Toscânia, em Itália, e, que em 2023, tornou-se a primeira equipa independente a bater as formações oficias e a conquistar o mundial de equipas.

Por isso, o português Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), dizia, este fim de semana, aos microfones da SportTV, que Miguel Oliveira vai para “a melhor equipa” do campeonato.

“Tem um quadro fantástico de técnicos. O Miguel está em muito boas mãos. Precisa de se sentir bem na equipa onde está. Não se sentiu muito bem na KTM, não se sente bem na Trackhouse. Sentiu-se bem com o Hervé Poncharal. Quando se sente bem, ganha corridas. E a Pramac tem um ambiente fantástico”, sublinhou o dirigente máximo do motociclismo mundial.

Também Paulo Oliveira, pai e gestor da carreira de Miguel Oliveira, acredita que a parceria irá dar frutos. Em declarações na mesma ocasião, Paulo Oliveira sublinhou que se vê que “a Yamaha está a fazer um trabalho incrível e o Miguel alinha bem com este tipo de projectos”, pois “passa muito bem informação para os técnicos”.

A estrutura de Paolo Campinoti terá no piloto português alguém que sabe qual a sua missão em pista: ajudar a equipa a obter resultados, mas também cumprir com as necessidades da Yamaha Racing no que diz respeito ao desenvolvimento da YZR-M1.

Sobre o seu futuro e esse novo desafio, Miguel Oliveira faz questão de destacar que “Queria estar num projecto que pudesse vencer, ser tido em conta, e acredito que na Yamaha vou conseguir isso. Senti da parte da equipa uma grande vontade de me apoiar com uma boa estrutura e material competitivo”.

A Yamaha regressou de forma oficial em 2004, conquistando o título nesse primeiro ano, com Valentino Rossi. Viria a somar ainda os campeonatos de 2005, 2008 e 2009 (ainda com Rossi), 2010, 2012 e 2015 (Jorge Lorenzo) e 2021 (Fábio Quartararo). De então para cá, a marca japonesa simbolizada por três diapasões, perdeu competitividade, chegando ao ponto de ter apenas duas motas em pista nos últimos dois anos. Depois do título conquistado em 2021 por Quartararo, o francês foi segundo em 2022, 10º em 2023 e 13º esta temporada, ano em que teve no sexto lugar da Malásia o melhor resultado da época.

Miguel Oliveira chega a este projecto numa altura de desenvolvimento da mota japonesa, que espera voltar ao topo do Mundial de MotoGP de 2025.

O português terá como parceiro o australiano Jack Miller, que o tinha ido substituir na KTM há dois anos e onde não conseguiu aproximar-se do sucesso do piloto português.

Depois dos testes de Terça-Feira, os pilotos entram de férias e regressam à acção no mês de Fevereiro, no GP da Malásia.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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