Ostermeier, Handke e Pommerat de regresso ao Festival de Almada

No Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, a Companhia de Teatro de Almada levantou um pouco a cortina de cena e revelou algumas peças da sua 42ª edição

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“O maior festival internacional de teatro português” apresenta este ano 46 sessões de teatro e dança, mas entre 4 e 18 de Julho haverá também concertos ao ar livre todas as noites, encontros com artistas nos finais de tarde, e exposições de artes plásticas. Em 2025, o Festival desenrola-se em nove palcos de Almada (Teatro Municipal Joaquim Benite, Escola D. António da Costa, Fórum Municipal Romeu Correia e Academia Almadense) e de Lisboa (Centro Cultural de Belém e Culturgest).

O espectáculo multidisciplinar Qui Som?, de Baro d’evel, a primeira parte de um tríptico, abre o Festival e poderá ser visto a 4 e 5 de Julho no CCB. A cerâmica é aqui a matéria e ao mesmo tempo o gesto de uma investigação sobre os mundos em construção, as paisagens sociais que estão por vir, numa viagem pelas formas de acreditar e de fazer em conjunto.

Esta será uma edição marcada sobretudo pelo regresso de vários criadores estrangeiros que nos últimos anos mais sucesso obtiveram junto do público português

Nas estreias, a Companhia de Teatro de Almada (CTA) apresentará de 5 a 17 de Julho, “Um adeus mais-que-perfeito”, uma adaptação da novela do Nobel da Literatura (2019) Peter Handke, com encenação de Teresa Gafeira. Nela, o romancista austríaco capta a essência do percurso de vida da sua mãe, e relata a espiral de dor que a levou ao suicídio, abordando o surgimento do nazismo, a II Guerra Mundial, e o sofrimento que se seguiu.

“La tempesta”, da companhia de marionetas italiana Carlo Colla e Figli, poderá ser revisitada a 6 e 7 de Julho no Auditório Fernando Lopes-Graça, pois foi a peça escolhida o ano passado pelo público para regressar este ano como Espectáculo de Honra. Recorrendo à voz gravada de Eduardo De Filippo, que interpreta todas as personagens, esta criação conta com 12 marionetistas que manipulam mais de 150 marionetas num clássico de William Shakespeare.

©DR / “História da violência” é o registo autobiográfico de um trauma.

Thomas Ostermeier e a sua companhia Schaubühne Berlin, trazem “História da violência” de Édouard Louis, a 9 e 10 de Julho ao Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB). A peça relata uma violação ocorrida numa noite de Natal, em registo autobiográfico. Partindo desse trauma, o autor aborda a relação de França com as suas ex-colónias, sendo também uma história sobre racismo e homofobia. Estreada em Junho de 2018, “História da violência” está em digressão desde esse ano, tendo arrebatado o público e a crítica dos vários países por onde já passou.

Joël Pommerat apresenta “Marius”, a 13 e 14 de Julho também no TMJB, a partir da peça de Marcel Pagnol, um ‘clássico moderno’ da dramaturgia francesa, revelado na apresentação da temporada, em Janeiro. A peça nasceu da colaboração de Pommerat com uma prisão na Provença, onde dirigiu uma formação teatral, sendo o seu actor principal um presidiário de alta segurança. Trazida para os dias de hoje, a obra de Pagnol centra-se na relação entre um pai e um filho, num café popular de Marselha. Marius deseja ardentemente partir e escapar à ditadura do quotidiano, mas a fidelidade ao pai e o amor que tem por Fanny deixam-no sem saída.

A programação integral do Festival de Almada de 2025 será apresentada a 18 de Junho às 21h, mas as assinaturas para assistir aos 20 espectáculos pagos desta edição (12 estrangeiros e 8 portugueses) já se encontram à venda nos locais habituais e no site da CTA, tendo como preço geral 100€ e 80€ para o Clube de Amigos do TMJB.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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