Almada | A Ruiva

Uma peça de Teatro da Companhia João Miguel Garcia, que pode ser vista no dia 15 de Setembro, às 21h, no Auditório Fernando Lopes-Graça

A Companhia de Teatro João Miguel Garcia e o Teatro Estúdio Fontenova, levam à cena do Auditório Municipal Fernando Lopes-Graça, “A Ruiva”, no dia 15 de Setembro às 21h.

“A Ruiva” podia ter seguido uma vida normal mas escolheu não o fazer. Através dela representam-se muitas histórias, de muitas mulheres, marcadas por relações de poder capazes de nos levar ao limite e à falência

A peça, deambula entre a tragédia, com uma mensagem forte sobre a violência em várias formas, o papel da mulher e do homem na sociedade, num registo diferente, em forma quase musical, com canções desde o pimba ao funk brasileiro, que deixa o público desconcertado. Por vezes, com vontade de rir, contido pelas interpretações carregadas de palavras “pesadas” que levam à reflexão.

André Marques desempenha o papel de “macho men”, entre o violador, galã, mas também vítima, e as duas mulheres (Sara Túbio Costa e Catarina Ribeiro) o de vítimas de violência e dominadoras que transmitem, pelo poder da palavra, o que é a sociedade actual. A cena final encerra o espetáculo da melhor maneira, com o triunfo da mulher.

Esta é uma peça sobre anseios e sobre a nossa capacidade de nos modificarmos em função desses anseios. Uma reflexão aberta, sem nenhuma conclusão para além de que este assunto é um assunto que nos importa valorizar. “É curioso porque esse impulso, esse animal, essa força interior que nos leva a procurar a liberdade continua muito presente hoje. Um animal levanta-se em todos nós de formas diferentes e todos nós lidamos com eles de maneira diferente ao longo da nossa vida.”, afima João Miguel Garcia.

“A Ruiva” simboliza muitas outras figuras, sobretudo femininas, que transmitem essa ideia de que há algo em nós que nos conduz a um animal interior, a uma força de fogo, a uma força ruiva, que nos impele à liberdade. Esse “algo”’ é o corpo. A forma como o usamos e deixamos usar condiciona-o enquanto instrumento de poder. E levá-lo ao limite, à falência, à morte, pode significar ultrapassar os limites da própria cultura e ordem social vigentes.

Encenação e texto a partir de “A Ruiva” de Fialho de Almeida, “Em Tempo de Guerra”, “Histórias Maravilhosas da Tradição Popular Portuguesa”, de Ana de Castro Osório e, notícias dispersas sobre a morte de Mariana Torres.

Ficha artística e técnica:

Cocriação: Companhia João Garcia Miguel e Teatro Estúdio Fontenova
Encenação: Sara Ribeiro
Texto e Espaço Cénico: João Garcia Miguel
Intérpretes: André Marques, Catarina Ribeiro, Sara Túbio Costa
DJ/performer: Duarte Lopes
Movimento Brazilian Jiu Jitsu: Frederico Barata
Assistência de Encenação: Gustavo Antunes
Cenografia: Sara Ribeiro
Costureira: Gertrudes Félix
Direção Técnica: Bruno Boaro
Desenho de luz: João Garcia Miguel
Produção: André Heitor, Daniel Moutinho, Graziela Dias
Apoio à Produção: Fili Ribeiro
Design: Joana Torgal, Tomás Anjos Barão
Fotografia: Mário Rainha Campos, Tomás Anjos Barão
Teaser: André Filipe
Registo Vídeo: Bruno Canas
Centro de Documentação: André Heitor
Idade: M/14

Preço: € 5,00 

Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Quarta a sábado das 10h00 – 13h00 | 14h30 – 18h00
1 hora antes de espectáculo ou sessão de cinema

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Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online