Almada | O Vento nos Salgueiros

Dias 23 e 24 de Março, no Teatro Joaquim Benite. Sábado às 16h e Domingo às 11h e às 15h

“O Vento nos Salgueiros”, a partir do texto de Kenneth Grahame publicado em 1908, é considerado um dos maiores clássicos da literatura infantil.

O livro, focado em quatro personagens antropomorfizadas numa Inglaterra bucólica, conta a história da contrastante vocação doméstica e intimista da Toupeira, com o espírito aventureiro do Rato de Água, a sabedoria ajuizada do Texugo e, as destrambelhadas aventuras do Sapo, rebelde, sem juízo e irreverente.

Esta é uma história sobre o campo. Mas primeiro, o que é o campo? Todos sabem e ninguém sabe. O campo é um sítio onde não há casas ou há poucas casas. Evidentemente que uma cidade não pode ser um campo, por muita vontade que tenha disso. E depois, se não há casas, alguma coisa tem de haver no campo, pois se não houvesse nada não havia campo, e nós sabemos que o campo existe. Ora então a questão é: o que há no campo? No campo, em vez de casas há árvores. E claro que o campo não tem só árvores, isso é que era bom, o campo tem flores e até há aquele campo que tem cenouras, alfaces, couves, e é claro que este campo é diferente do das árvores, sim porque os campos não são todos iguais, como as cidades não são todas iguais.

E depois no campo há os bichos. Milhões e milhões. Dentro da terra, em cima da terra e acima da terra. Os que estão acima voam, é claro, e desde moscas, passando por borboletas e toda a espécie de aves, ele há de tudo. Em cima da terra, depende de onde é o campo. Pode haver vacas, ovelhas, cabras e porcos, mas esses costumam estar naquele campo que também tem cenouras e couves. No outro campo há muitos bichos de que quase ninguém sabe o nome. Ora, e tanta conversa para quê? Porque ninguém pode começar a contar uma história sobre quatro bichos no campo, sem explicar bem o que é o campo. Ora os tais bichos eram um rato de água, um toupeira, um texugo e um sapo.

Tudo começou quando Alistair, o filho do escritor escocês, tinha quatro anos e o pai lhe contava histórias antes de adormecer. Muitas vezes era o miúdo que escolhia os protagonistas das histórias, outras vezes Grahame inspirava-se no seu filho, nos amigos e nos vizinhos para criar as personagens. Quando finalmente se reformou do seu emprego no Banco de Inglaterra, mudou-se com a família para uma casa no campo e aproveitou para escrever essas histórias.

“O Vento nos Salgueiros” uma fábula sobre a amizade e a camaradagem, que é também sobre a importância da natureza, rapidamente conquistou as crianças. Várias edições foram publicadas, em diferentes idiomas e com belas ilustrações – as mais famosas são as de E. H. Shepard, da edição de 1931. Em 1929, A. A. Milne fez a primeira de muitas adaptações da obra para teatro.

Depois da peça, acontece a iniciativa “Perguntas ao palco!”, sessões de filosofia para crianças entre os 5 e os 12 anos, que têm um custo adicional de 1 € ao bilhete para o espectáculo.

©CTA / Esta é uma história sobre bichos do campo.

Ficha Técnica:

Companhia de Teatro de Almada
O Vento nos Salgueiros
Texto: Kenneth Grahame 
Dramaturgia e encenação: Teresa Gafeira
Elenco: Bruno Realista, Diana Vaz, João Farraia, João Maionde e Pedro Walter
Cenário e figurinos: Sérgio Loureiro
Desenho de luz: José Carlos Nascimento
Música: Inês Proença
Sonoplastia: André Oliveira
Coreografia: Cláudia Nóvoa
Duração: 50min.
Classificação: M/3

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Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online