Caparica | Os Faroleiros
Um filme mudo de Maurice Mariaud, que pode ser visto dia 20 de Setembro às 21h, no Auditório do Convento dos Capuchos
Esta sessão de cinema está integrada no programa das Jornadas Europeias do Património (JEP) 2024.
Depois de perder o pai no mar, Rosa é acolhida na casa do tio faroleiro João Vidal, que por ela nutre sentimentos. António Gaspar, também faroleiro, ama Rosa. Os ciúmes que tem de João Vidal provocarão a morte da jovem, acto que a mãe de António ajuda a encobrir. O destino obriga os dois homens a passar uma temporada num farol isolado pelo mar. João Vidal descobre que António Gaspar estava apaixonado por Rosa e acusa-o da sua morte. Segue-se uma luta violenta que resultará na morte dos dois faroleiros. Um filme sobre um triângulo amoroso fatal, sempre com o mar omnipresente.
“Os Faroleiros” é um filme dramático francês de 1922, filmado quase integralmente na Costa da Caparica e na Cova do Vapor, o que possibilita o acesso a um conjunto de imagens em movimento antigas e inéditas da zona Atlântica de Almada. Este exemplar do cinema mudo europeu, cujo restauro contemplou a composição de uma partitura da autoria de Daniel Moreira, que acompanha agora toda a projecção, será apresentado pela primeira vez numa sala de cinema do concelho, através de uma parceria da Câmara Municipal de Almada (CMA) com a Cinemateca Portuguesa.
Rodado nas agitadas águas de confluência entre o Tejo e o Atlântico e realizado por Maurice Mariaud, “Os Faroleiros” esteve perdido durante sete décadas, tendo sido encontrado no Palácio do Bolhão, no Porto, em 1993, onde a empresa do produtor Raul de Caldevilla, pioneiro dos filmes de publicidade em Portugal, teve a sua sede. Foi o primeiro trabalho de Maurice Mariaud em Portugal.
É considerado um dos filmes mais ambiciosos produzidos em Portugal neste período. O seu pioneirismo e audácia técnica, fizeram dele um marco do cinema mudo europeu, numa altura em que os mais desafiantes e ambiciosos filmes eram o resultado do esforço de equipas multinacionais, que recorriam aos mais variados exercícios de imaginação para reproduzir, no ecrã, realidades desconhecidas.
Maurice Mauriaud começou no cinema em 1908, como actor na Gaumont, tendo entrado em filmes de Louis Feuillade. Terá sido, aliás, esse cineasta a dar-lhe a mão para que Mariaud se tornasse realizador. Durante toda a década de 10 trabalha indiferentemente como realizador, actor e argumentista em diversos filmes. Em 1920 realiza a sua obra de maior sucesso, “Tristan et Iseult”. Em 1921 Raul de Caldevilla contacta-o em Paris, quando procurava pessoal técnico qualificado para a sua Caldevilla Film e, contrata-o. No ano seguinte Maurice Mariaud chega a Portugal e escreve, dirige e interpreta “Os Faroleiros”.

Ficha Técnica:
Título original: O Faroleiro da Torre do Bugio
Realização: Maurice Mariaud
Argumento: Maurice Mariaud
Produção: Raul de Caldevilla
Elenco: Alberto Castro Neves (António Gaspar), Maria Sampaio (Maria Ana), Maurice Mariaud (João Vidal), Abgaída de Almeida (Rosa), Sofia Santos (mãe de António), Augusto Machado (cabo do mar), Sebastião Ribeiro (taberneiro), Casimiro Tristão (pai de Rosa)
Cenários: Marcel Magniez
Música: Daniel Moreira
Fotografia: Victor Morin
Género: Drama / Documentário
Origem: França
Ano: 1922
Duração: 80 min.
Classificação: M/12
Cópia digitalizada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema no âmbito do projecto FILMar, integrado no Mecanismo Europeu de Financiamento EEA Grants 2020-2024.
Preço: Entrada gratuita com levantamento de bilhete obrigatório
Contacto da Bilheteira do AFLG
Tel.: 212 724 922 | auditorio@cm-almada.pt
Horário: Quarta a Sábado 10h – 13h | 14h30 – 18h
uma hora antes do espectáculo