Caparica | Revolucionar o tratamento da tosse crónica
Start-up almadense C-mo Medical Solutions, angariou 4,1 milhões de euros para colocar produto no mercado
A start-up almadense C-mo Medical Solutions, incubada no Madan Parque da Caparica, angariou 4,1 milhões de euros, que irá aplicar na colocação do seu produto no mercado. O objectivo é revolucionar o tratamento da tosse crónica, que afecta mais de 400 milhões de adultos em todo o mundo.
“O projecto começou quando ainda éramos estudantes na FCT Nova. Nasceu através de um desabafo de um professor de fisiopatologia, que nos disse que sentia necessidade de ter informação mais objectiva sobre a tosse dos seus doentes para lhes proporcionar os melhores cuidados de saúde. Nós achámos esta ideia interessante e acabámos por investigar mais”, explicou Diogo Tecelão.
Identificado o problema, cinco alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa, na Caparica, sentiram necessidade de encontrar uma solução. A empresa acabaria fundada em 2019 por Diogo Tecelão, Filipe Valadas, Alexandra Lopes, Sara Lobo e Miguel Andrade, especialistas nas áreas de medicina respiratória, digital health e desenvolvimento de negócios.
A empresa utiliza a tecnologia C-mo para analisar as características da tosse dos doentes e transformá-las em informações clínicas. Destaca-se o facto de ser “a primeira ferramenta que faz uma avaliação completa e holística da tosse”, refere Diogo Tecelão. O produto já foi várias vezes premiado, nomeadamente com o prémio da EIT Health em 2020, o maior prémio de inovação em Portugal e, o Altice International Innovation Award.
Para este conjunto de jovens, que procuram colocar o seu produto no mercado o mais rápido possível, tem sido uma experiência muito estimulante, adianta Diogo Tecelão. Para o CEO da C-mo Medical Solutions, “o maior desafio são as barreiras impostas pela regulamentação associada a dispositivos médicos. Colocar um dispositivo médico no mercado não é nada fácil, temos de cumprir todas as legislações, todos os regulamentos que são muito complexos”.
O desenvolvimento e sucesso que o projecto tem apresentado conseguiu atrair atenções de diversos investidores. Um dos principais é o Boehringer Ingelheim Venture Fund, que aposta em empresas que apresentam soluções inovadoras com potencial na área biomédica. O Portugal Ventures, grupo português que integra o Grupo Banco Português de Fomento, é outro dos investidores, a quem se junta também a High-Tech Grunderfonds.
Para Diogo Tecelão, “este investimento vai ser essencial para conseguirmos pôr a nossa tecnologia base nos mercados principais, ou seja, Europa e Estados Unidos, e também expandir o nosso portfólio de soluções para responder a cada vez mais necessidades médicas”.
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