Miguel Oliveira entusiasmado com nova equipa

Foi durante um evento transmitido via streaming para todo o mundo, através do portal oficial do MotoGP, que na Terça-Feira passada, 5 de Novembro, foi revelada ao mundo a equipa onde o piloto charnequense, Miguel Oliveira, irá competir em 2024. A Trackhouse Racing MotoGP, será a nova equipa a estar presente na elite do motociclismo de velocidade e, a acreditar nas palavras do seu proprietário Justin Marks, quer fazer mais do que marcar presença.

A entrada da equipa no campeonato representa um novo capítulo na carreira do #88, que se manifestou sobre esta nova fase através de uma mensagem nas redes sociais: “Novo capítulo. Começamos de novo. Vamos a isso”. Apesar de ser uma nova equipa, Oliveira mantém-se contratualmente ligado à Aprilia. Esta é uma nova oportunidade para o piloto português, que também traz desafios, com uma estrutura recém-formada à procura de singrar no exigente mundo do MotoGP. Para a temporada vindoura, as expectativas em torno de Miguel Oliveira e da Trackhouse são altas. A combinação da experiência de Oliveira com a determinação e recursos da Trackhouse cria um cenário promissor.

Miguel Oliveira e Raul Fernandez irão competir com o modelo Aprilia RS-GP24, um sinal que a equipa liderada por Justin Marks quer estar no MotoGP dando aos seus pilotos as ferramentas mais actuais e, espera-se, mais competitivas do que as da CryptoData RNF em 2023. Em termos competitivos, para a Aprilia Racing esta mudança de estratégia, disponibilizando as mesmas motos aos seus quatro pilotos, quer da equipa de fábrica, quer da equipa satélite, vai de encontro ao que Aleix Espargaró já tinha solicitado à marca italiana.

A RNF viu a sua candidatura para 2024 ser recusada pelo Comité de Selecção do MotoGP, alegando como principais razões para a retirada da licença “repetidas infracções e quebras do acordo de participação que afectam a imagem pública do MotoGP”.

Durante a apresentação que decorreu em Milão e, perante o olhar atento de muitos milhões de fãs de MotoGP, especialmente dos portugueses, que desejavam conhecer mais detalhes sobre a nova equipa de Miguel Oliveira e Raul Fernandez, a Trackhouse Racing MotoGP revelou uma Aprilia RS-GP com uma decoração “Stars and Stripes”, tipicamente americana.

Esta é uma decoração simbólica, uma espécie de homenagem da equipa à herança desportiva americana no MotoGP. Na verdade, existem muitas semelhanças com a decoração utilizada por Nicky Hayden numa sessão de testes, quando competia com a Ducati em MotoGP. A decoração final das Aprilia RS-GP24 do #88 e #25 da Trackhouse Racing MotoGP, que será utilizada nos 22 Grandes Prémios da temporada 2024, só será revelada no início do próximo ano.

Na apresentação estiveram presentes o proprietário da equipa Justin Marks; Carlos Ezpeleta, director desportivo da Dorna Sports; Dan Rossomondo, responsável pela parte comercial do campeonato e, Massimo Rivola, CEO da Aprilia Racing, A equipa Trackhouse Racing MotoGP pretende mais do que ser apenas “mais uma” equipa na categoria rainha.

Mencionando sempre as lendas americanas do passado, no Mundial de Vstarselocidade e MotoGP – como Nicky Hayden, Wayne Rainey ou Kevin Schwantz – a nova equipa de Miguel Oliveira, promete levar para o paddock uma nova visão tipicamente associada às equipas americanas e ao desporto motorizado americano, de uma forma geral.

Do ponto de vista da Aprilia, este momento é também significativo pois liga-se a uma empresa americana e, isso permitirá à casa de Noale, explorar ainda mais, aquele que já é actualmente um dos mercados mais importantes em termos comerciais para a casa italiana

Justin Marks, da Trackhouse Racing esteve pela primeira vez num paddock de MotoGP durante o Grande Prémio da Áustria deste ano e, disse: “Adoro todo o tipo de desportos motorizados. Este ano estive no GP da Áustria e fiquei boquiaberto com o que vi. Quando regressei a casa pensei ‘porque não entrar no MotoGP?’ Falei com a Dorna, apareceu a oportunidade com a Aprilia e não hesitámos”, resumiu o milionário. Tudo aconteceu muito rapidamente e, acabou por ficar com a vaga deixada pela CryptoDATA RNF Aprilia no Mundial de motociclismo de velocidade. A Trackhouse Racing arrancou há três anos no Nascar, onde já obteve victórias.

Ao jornal Sports Business, Marks confesou que “já tinha antecipado a aquisição da vaga para ser a 11ª equipa presente no MotoGP.” Sem mencionar valores, o responsável máximo pela Trackhouse Racing MotoGP apenas revelou que “o negócio significou um investimento grande, mas ainda assim inferior aos cerca de 40 milhões de dólares americanos” que paga actualmente para garantir lugar no campeonato Nascar.

Na apresentação da nova equipa, Justin Marks declarou que “o MotoGP é a segunda modalidade no desporto motorizado mais consumida no mundo, atrás apenas da Fórmula 1. Os pilotos são estrelas, há 50 milhões de seguidores nas redes sociais e, 430 milhões de telespectadores em todo o mundo, com uma assistência média de 127.000 pessoas num fim de semana. Olhámos para todos estes dados e métricas e, comparámos com os custos para competir. Foi uma decisão óbvia para nós.”

Essa visão mais comercial foi uma das coisas que Dan Rossomondo, o americano vindo da NBA e que agora gere os destinos do MotoGP a nível comercial e direitos televisivos, fez questão de realçar durante a apresentação da equipa em Itália. Carlos Ezpeleta e Massimo Rivola aproveitaram para enaltecer a rapidez com que os responsáveis da Trackhouse Racing MotoGP apresentaram os detalhes do seu novo projecto.

Do ponto de vista da Dorna Sports a entrada de uma equipa americana na categoria rainha, vai permitir à entidade gestora do campeonato adoptar novas estratégias comerciais, num país com imensas possibilidades para expandir a base de fãs que seguem o MotoGP.

Se as motos que vão competir nos 22 Grandes Prémios da próxima temporada utilizarem a decoração apresentada no evento, esta será uma imagem tipicamente americana, com as habituais cores azul, branco e vermelho que representam os Estados Unidos da América.

A moto que foi destapada durante a apresentação apenas estava decorada com alguns logótipos, pelo que certamente as carenagens das Aprilia, que veremos serem pilotadas por Miguel Oliveira e Raul Fernandez na próxima temporada, ainda terão mais decorações.

Miguel Oliveira, cuja participação no Mundial deste ano terminou antecipadamente, depois da queda na corrida de velocidade do GP do Qatar, a 18 de Novembro, que lhe provocou uma fractura na omoplata direita, vai manter em 2024 o número 88.

O evento pode ser visto na íntegra aqui.

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