Partido Os Verdes alerta que expansão do Metro Sul do Tejo exige melhor articulação entre transportes públicos

Defende também ser necessário que o metro de superfície se estenda às diferentes localidades da margem sul

O partido ecologista Os Verdes considera que o alargamento do Metro Sul do Tejo (MTS) à Costa da Caparica – Trafaria exige que todo o sistema de transportes públicos colectivos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) esteja bem articulado, explicam em comunicado.

Embora entenda que o prolongamento até à Trafaria é fundamental, Os Verdes defendem que é necessário que o metro de superfície se estenda às diferentes localidades da margem sul do Tejo.

Esta foi uma das posições que o partido Os Verdes transmitiu na participação pública em torno do projecto de extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica – Trafaria, que decorreu em Fevereiro e início de Março.

Para Os Verdes “este novo aumento da oferta, promoverá um desejado aumento de procura, o que impõe que todo o sistema de transportes públicos colectivos da AML deve estar bem articulado para que se consiga promover uma maior intermodalidade funcional e eficiente“.

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Apesar de considerar que “pontualmente” foram conseguidas algumas melhorias, o partido defende que continua a ser necessário ajustar os horários e o período de funcionamento do MST à rede de transportes, nomeadamente nos grandes interfaces, com o horário dos últimos barcos da Transtejo em Cacilhas, ou dos últimos comboios da Fertagus no Pragal e em Corroios.

“Não faz sentido prolongar o MST até à Trafaria se depois a frequência de barcos que servem esse cais é muito pequena. Um barco por hora a ligar a Trafaria a Lisboa/Belém, ou as constantes interrupções e supressões de serviço não são a resposta adequada à chegada do metro a este ponto”, explicam.

O mesmo consideram ser válido “para as grandes falhas que se continuam a verificar nos barcos em Cacilhas ou com os comboios entre Lisboa e Setúbal”.

“Todo o sistema tem de estar interligado”, frisa o partido ecologista.

No seu parecer Os Verdes referem que a implantação e funcionamento do Metro Sul do Tejo é um projecto estruturante de toda a Área Metropolitana de Lisboa, com várias décadas e muito reivindicado por autarcas, populações e agentes da margem Sul do Tejo.

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No entanto, acrescentam, o projecto que entrou em funcionamento entre 2007 e 2008, abrange o município de Almada, tendo apenas duas estações no concelho do Seixal.

“Esta extensão não pode pôr em causa, ou atrasar por mais 20 anos, a sua expansão no Arco Ribeirinho Sul, com projecto idealizado até Alcochete, onde também se projecta a construção do novo aeroporto de Lisboa”, refere o partido ecologista, defendendo também que o aumento da linha até à Trafaria “não pode estar dissociado de um programa de aquisição de mais material circulante, de um correspondente aumento do número de trabalhadores, seja de condutores, mas também todo o pessoal envolvido na manutenção e operação”.

A consulta pública do projecto de extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica e Trafaria, divulgada no dia 6 de Março, revelou que os cidadãos estão preocupados com o ruído, o atravessamento pedonal e rodoviário da linha e com os interfaces.

O traçado em estudo terá uma extensão de 7,16 km e inclui 10 estações: Pêra, Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho), Centro da Costa da Caparica, Parque Urbano da Costa da Caparica, Santo António, São João, São Pedro, Madame Faber/Matas Nacionais, Bombeiros Voluntários da Trafaria e Estação Fluvial da Trafaria.

Actualmente com três linhas em funcionamento, Cacilhas/Corroios, Pragal/Corroios e Cacilhas/Campus da NOVA FCT, o Metro Sul do Tejo alteroua mobilidade entre Almada, Corroios e o Monte da Caparica, e, segundo dados da empresa, transporta mais de 16 milhões de passageiros por ano.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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