Trafaria | CMA inaugura CRIA

População local continua a exigir a reabertura do Centro de Saúde

No dia 21 de Novembro pelas 16h, foi inaugurado o Centro de Respostas Integradas de Almada (CRIA), no antigo Centro de Saúde da Trafaria, que segundo a Câmara Municipal de Almada (CMA), “vai oferecer um conjunto de respostas sociais e de saúde à população”.

A presidente da CMA, Inês de Medeiros, lembrou que, “quando chegámos em 2017, o que ouvimos em permanência, das gentes da Trafaria, foi o lamentar do encerramento deste Centro de Saúde, e passou a ser uma das prioridades saber o que fazer com o edifício. Foi preciso uma pandemia para voltarmos a abrir as portas deste edifício [como Centro de Vacinação]. Na altura, dissemos que a porta do Centro de Saúde não se voltava a fechar e não se fechou.” Este foi um edifício reivindicado pela CMA na transferência de competências na área da saúde. “Fomos percursores nesta ideia de resposta integrada e continuaremos a lutar por ela. Sabemos que é a melhor forma de responder às necessidades da população”, referiu a presidente da CMA, Inês de Medeiros.

O CRIA reune uma série de serviços de saúde que são ministrados pela CMA, ou por outras entidades com quem o município estabeleceu parcerias.

Os serviços disponíveis actualmente no CRIA são: Balcão SNS com agendamento de consultas, renovação de receituário, realização de teleconsultas, entre outros; Programa Viva Saudável – Actividades de promoção da Saúde da CMA; Tratamento em Saúde Oral – Associação Portuguesa Promotora de Saúde e Higiene Oral (APPSHO); Gabinete de Inserção Profissional (GIP) Trafaria; Centro de Apoio à Vida Independente (CAVI); Alma Sã; Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) – CMA/SCMA; Acompanhamento Psicológico de Crianças e Jovens – GIRA.

O CRIA estará aberto ao público nos dias úteis entre as 9h e as 17h, e pode ser contactado através dos telefones 800 10 20 40 (gratuito) ou 211 565 750, E-mail: diss@cma.m-almada.pt .

População exige reabertura do Centro de Saúde

A população da Trafaria tem exigido ao longo dos anos a reabertura do Centro de Saúde da Trafaria, reivindicando a prestação de cuidados de saúde primários e de enfermagem, que já tiveram em tempos. Foram muitos os munícipes da Trafaria que compareceram em reuniões da freguesia, da CMA e da Assembleia Municipal, pedindo a sua reabertura. Destacam o facto da população da Trafaria ser idosa, ter dificuldades de locomoção, e doenças crónicas, tendo de se deslocar à Costa da Caparica ou ao Monte da Caparica, para ter cuidados de saúde primários e de enfermagem. A população entende também que não existe uma rede de transportes fiável em termos de horários, nem abrigos nas paragens dos transportes rodoviários, vendo-se muitas vezes obrigada a recorrer a táxis, sendo essa opção onerosa.

A população não entende porque teve anteriormente um centro de saúde na Trafaria e este não reabriu com as valências que dantes oferecia. Evocam o seu Direito à Saúde e à proximidade da prestação destes serviços.

O Centro de Saúde da Trafaria foi encerrado em 2013, devido a inundações no edifício, que causaram um curto-circuito nas instalações, e desde aí os trafarienses levaram a cabo várias iniciativas, algumas com o apoio da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada (CUSCA). Várias moções para a reabertura do centro de saúde foram apresentadas em assembleia de freguesia da Caparica e Trafaria, promoveram-se encontros para discussão do tema e decidiram-se acções a tomar.

Em Julho passado, Luísa Ramos da CUSCA, declarou ao ao Almada Online: “O Centro de Saúde da Trafaria foi construido para esse fim, encerrou em 2013, e a partir daí as populações, o poder local e os movimentos de utentes fizeram lutas para mostrar o seu descontentamento e exigir a sua reabertura. Dirigiram-se sempre aos governos, porque até ao ano passado a área da saúde era uma responsabilidade inteiramente dos governos. Com a transferência de competências o governo mantém a responsabilidade de contratar médicos e enfermeiros, mas a CMA pode contratar outro tipo de trabalhadores para a área da saúde. O que as pessoas precisam é de não terem de se deslocar à Costa da Caparica para fazer um penso ou ter uma consulta.”

“Se a CMA quisesse ajudar a resolver o problema diria, sim percebemos os problemas da população. Há dificuldade de transportes para a Costa, as populações da Trafaria estão envelhecidas e por vezes isoladas no território. A Trafaria não é apenas o aglomerado de habitações do centro da vila. Do ponto de vista teórico estamos todos de acordo, os problemas pontuais resolvem-se com os cuidados primários, mas quem tem doenças graves agudas, não os resolve com os cuidados primários. Do ponto de vista do direito à saúde, entendemos que a CMA não está a mostrar empatia, nem solidariedade para com aquelas pessoas.”, acrescentou.

No início do mês de Novembro, foi entregue à CMA, com conhecimento do Governo e do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Almada Seixal (ULSAS) um abaixo-assinado com mais de 1.500 assinaturas, que circulou por toda a Freguesia, e exigia a reabertura do centro de saúde da Trafaria.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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