Trafarienses exigem reposição dos cuidados de saúde primários
Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada convoca concentração no dia 10 de Maio pelas 10h30, em frente ao CRIA
A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada (CUSCA), em representação dos utentes da Trafaria, convoca uma concentração no Sábado 10 de Maio, pelas 10h30, junto ao edifício do antigo centro de saúde, no Largo da República, para “exigir a reposição dos cuidados de saúde primários que deixaram de ser prestados em 2013.” Esta é a segunda concentração realizada este ano pela população da Trafaria, depois do primeiro protesto a 15 de Fevereiro.
O Centro de Saúde da Trafaria encerrou em 2013, por decisão da tutela, o que para a comissão de utentes “representou um retrocesso no acesso aos cuidados de saúde primários e de proximidade para as populações da freguesia da Trafaria.”
Em declarações à Lusa, Luísa Ramos, da CUSCA, explicou que o protesto visa reiterar a vontade da população da Trafaria em ter pelo menos uma equipa de saúde (médico e enfermeiras) para prestar cuidados a uma população envelhecida e com dificuldades nas deslocações.
“A população não fica tão desprotegida se houver uma equipa de cuidados primários. Agora têm de se deslocar ao centro de saúde da Costa de Caparica e ainda que não seja longe, temos população com mobilidade reduzida e com dificuldades“, disse.
A Câmara Municipal de Almada (CMA), em Novembro de 2014 agregou nas antigas instalações do centro de saúde da Trafaria, um conjunto de respostas sociais e de saúde a que chamou CRIA (Centro de Respostas Integradas de Almada), que incluem acompanhamento social, tratamentos gratuitos de saúde oral, acompanhamento psicológico, entre outros, prestadas por parceiros com os quais efectuou protocolos.
Inês de Medeiros, presidente da CMA, disse que em 2017, quando foi eleita, o que ouviu da população da Trafaria foi o lamentar do encerramento do centro de saúde, pelo que encarou como prioridade saber o que fazer com o edifício.
“Foi preciso uma pandemia para voltarmos a abrir as portas deste edifício [como centro de vacinação]. Na altura, dissemos que a porta do centro de saúde não se voltava a fechar e não se fechou.” Durante a transferências de competências na área da saúde, o município reivindicou o edifício junto da tutela.
Os utentes consideram esta resposta insuficiente, sobretudo em contexto de emergência na doença, e reivindicam para o espaço pelo menos um médico e um centro de enfermagem. Foram vários os trafarianos que interviram nas reuniões da autarquia e nas da Assembleia Municipal, defendendo esta reivindicação.
Em Novembro de 2024, organizaram também um abaixo-assinado, subscrito por 1.538 pessoas, que exigia a reabertura urgente do centro de saúde da Trafaria com cuidados de saúde primários, com a valência de medicina geral e familiar e serviços de enfermagem integrado no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Apesar dos reiterados pedidos de esclarecimentos […], nunca foram dadas respostas credíveis pelas Entidades de Saúde e Câmara Municipal de Almada, que justificassem de forma cabal o seu fecho e a opção de não reabertura”, declara a comissão de utentes em comunicado
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