Almada | Dia Mundial do Teatro com sessões gratuitas

Na Quarta-Feira 27 de Março, a Companhia de Teatro de Almada (CTA) comemora o Dia Mundial do Teatro com três sessões gratuitas no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB).

“Verdi Que Te Quero Verdi” é uma peça infantil com encenação de Teresa Gafeira, com sessão dupla às 10h30 e às 14h30, na Sala de Ensaios. “O Futuro Já Era”, com encenação de Peter Kleinert e música do almadense Chullage, vai à cena às 21h, na Sala Experimental.

Com marionetas cantoras e actores que dançam e cozinham, “Verdi Que Te Quero Verdi” apresenta ao público infantil algumas das mais famosas óperas de Verdi, numa animada cozinha de um restaurante italiano, onde se prova que os cozinhados são feitos com arte, tal como as árias da ópera “La Traviata”, “Aïda” e “Il Trovatore”.

“O Futuro Já Era” é baseada no texto homónimo de Sibylle Berg situado em 2030, com encenação do alemão Peter Kleinert. Na peça, quatro jovens de agregados familiares instáveis, de uma regiões mais degradadas de Inglaterra, contam as suas histórias de sobrevivência numa sociedade distópica. Rochdale é uma cidade esquecida pelo poder político, sem esperança, em que a pobreza, a violência e o abuso fazem parte da vida quotidiana, um lugar onde as crianças têm de crescer demasiado depressa, na completa ausência de futuro. Uma mensagem para as novas gerações, para que se consciencializem e, ponham em marcha ideias que restabeleçam a sociedade, porque este é um “futuro que é, na verdade, o presente”, defende o encenador alemão. Crítica social com música de intervenção, nascida de uma colaboração entre Kleinert e o rapper Chullage.

O dramaturgo norueguês Jon Fosse, Prémio Nobel da Literatura em 2023, é o autor da mensagem do Dia Mundial do Teatro, que será lida entre espectáculos. “A guerra e a arte são opostas, tal como a guerra e a paz são opostas – é tão simples quanto isto. Arte é paz”, pode ler-se na sua mensagem, a que pode aceder na íntegra aqui. Será também feita uma breve antevisão da 41ª edição do Festival de Almada, que decorre entre 4 e 18 de Julho e, serão colocadas à venda as assinaturas para o festival.

Amanhã, será o último dia em que pode ser visitar a exposição “A Censura no Teatro”, patente na galeria de exposições do TMJB. A exposição co-apresentada pelo Arquivo Ephemera e pela CTA, relembra os visitantes que o teatro foi um dos muitos objectos da actividade censória da ditadura portuguesa. Em exposição, está como exemplo dessa censura teatral uma cópia da peça “Deus lhe pague”, do dramaturgo brasileiro Joracy Camargo (1898-1973), que tendo sido “aprovada”, sofreu uma tal quantidade de cortes que tornavam a sua representação um verdadeiro desafio. O Arquivo Ephemera possui o exemplar “autorizado”, em que assenta esta exposição, no qual é possível verificar os cortes dos censores e compreender a mentalidade e os objectivos de quem cortava, mesmo aprovando.

A entrada para a exposição e para as peças é livre. Os bilhetes para as sessões podem ser levantados na bilheteira do TMJB, uma hora antes de cada espectáculo, com limite de dois bilhetes por pessoa.

Dia Mundial do Teatro

O Dia Mundial do Teatro é comemorado desde 1961, por iniciativa do Instituto Internacional do Teatro (ITI). É celebrado anualmente a 27 de Março pelos Centros ITI e pela comunidade teatral internacional. Neste dia pretende-se destacar a importância do teatro na história e cultura da humanidade, através de vários eventos e iniciativas organizados por todo o mundo.

Uma das mais importantes iniciativas é a circulação da Mensagem Internacional do Dia Mundial do Teatro, através da qual, a convite do ITI, uma figura de envergadura mundial partilha as suas reflexões sobre o tema do Teatro e da Cultura de Paz. A primeira Mensagem Internacional do Dia Mundial do Teatro foi escrita por Jean Cocteau (França) em 1962.

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