BE quer ouvir João Galamba sobre limitações no serviço da Transtejo/Soflusa

Em causa estão os cancelamentos constantes das travessias do transporte fluvial que liga a Margem Sul a Lisboa.

O BE, pediu hoje a audição parlamentar urgente do ministro das Infraestruturas João Galamba, para esclarecer as “limitações e disrupções na travessia do Tejo por parte da Transtejo/Soflusa”.

Num requerimento a que a agência Lusa teve acesso, dirigido ao presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, os bloquistas referem que “a Transtejo/Soflusa anunciou que a ligação fluvial entre Barreiro e Lisboa estará sujeita a limitações até 10 de Fevereiro, justificando essa situação com as limitações da frota em consequência do abalroamento sofrido pelo navio Gil Vicente a 4 de Janeiro”.

“Assim, a Transtejo/Soflusa afirma que não é possível garantir a realização de todas as carreiras previstas aos dias úteis”, acrescenta.

Os problemas, segundo o BE, “não se limitam aos efeitos provocados pelo abalroamento” já que “na sua actividade regular têm sido suprimidas várias travessias”, referindo que para hoje “está marcada uma concentração de protesto contra esta situação junto à estação do Cais do Sodré”.

“É assim da máxima importância que, mesmo com os problemas resultantes da colisão, a Transtejo/Soflusa tenha sistemas de redundância que lhe permitam assegurar a manutenção da resposta neste momento e em problemas que venham a registar-se no futuro. Ainda que garanta que na sua actividade regular não há cancelamentos de travessias e que oferece serviço público regular e de qualidade”, defende.

O BE requer “a audição, com carácter de urgência, do ministro das Infraestruturas relativamente às limitações e disrupções na travessia do Tejo por parte da Transtejo/Soflusa”.

Os utentes do transporte fluvial que liga a margem Sul a Lisboa realizam hoje uma concentração na estação do Cais do Sodré em protesto contra os constantes constrangimentos no serviço.

O protesto é organizado pelas comissões de utentes do Cais do Seixalinho (Montijo), do Seixal, Barreiro e Almada que, em conjunto, decidiram chamar a atenção para os problemas que as ligações têm tido nos últimos tempos.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

Numa resposta enviada à agência Lusa no final de Dezembro, a empresa explicou que as perturbações de serviço registadas nas ligações fluviais do Montijo e do Seixal resultam de avarias inesperadas nos navios.

Em Novembro, o Governo perspectivou ter disponível a maior parte da frota eléctrica de navios da Transtejo já durante o ano de 2023.

Jorge Delgado, da Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho, estimou então que os primeiros navios eléctricos começariam a operar entre o fim de 2022 e o início de 2023, adiantando que as baterias e os postos de carregamento já estavam contratados.

Em Setembro, a Transtejo tinha anunciado que a empreitada de construção e fornecimento de estações de carregamento da nova frota eléctrica de navios da Transtejo tinha sido adjudicada pelo valor de cerca de 14,4 milhões de euros.

Em Agosto, a empresa fez saber que a entrega dos quatro primeiros navios da nova frota eléctrica estava prevista para o período entre Dezembro de 2022 e Junho de 2023.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online