Caparica | A Liberdade está a Passar por Aqui

A FCT - NOVA, com esta exposição de pintura da autoria de Fernando Quintas, inicia uma série de iniciativas que celebram os 50 anos do 25 de Abril

A exposição “A Liberdade está a Passar por Aqui” inaugura no dia 15 de Fevereiro, às 17h, na Sala de Exposições da Biblioteca (Piso -1) da FCT – NOVA, no Monte da Caparica. Estará patente até dia 29 de Abril.

A partir de desenhos de Fernando Quintas (FBAUL/VICARTE), com curadoria de José Moura e Ana Alves Pereira, a mostra inspira-se na canção “Maré Alta” de Sérgio Godinho e, pretende, segundo as palavras do artista, “de forma ampla, subtil e inclusiva, aludir aos murais revolucionários que foram pintados ao longo de vários anos em cidades, vilas e aldeias portuguesas e, em todos os lugares onde se sentia a dinâmica de uma sociedade que exigia uma mudança de costumes, hábitos e políticas. Nos anos que se seguiram à revolução de 1974, a arte desceu à rua, acompanhou os movimentos das pessoas, ocupou paredes, bairros e cidades inteiras, com as suas mensagens reivindicativas e assertivas, transmitidas através de composições dinâmicas, de um cromatismo gritante que não deixava ninguém Indiferente”.

Como um grande mural, permitindo uma leitura livre e subjectiva, esta exposição é composta por vários momentos: um primeiro painel-mural alude aos anos do pós-guerra, onde as sociedades mundiais procuravam e exigiam grandes e significativas mudanças, tentando quebrar barreiras geracionais, geográficas, sexuais e políticas; um segundo painel-mural anuncia os ventos de uma pré-revolução, onde as cores e a composição se encontram em suspensão, à espera do momento de viragem, de liberdade e; um terceiro momento, onde a composição explode em cores, ritmos e dinâmicas compositivas de grande intensidade, como se o painel-mural fosse atravessado pelos ventos imparáveis da história, que tudo levassem no seu caminho, rumo a um futuro cheio de promessas e possibilidades. 

Fernando Quintas é artista plástico e Professor Auxiliar da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Possui uma licenciatura e doutoramento em Pintura pela FBAUL, especializando-se posteriormente em Vidro e Mosaico. Desde 1991 tem participado em várias exposições colectivas, em Portugal e no exterior, tendo recebido prémios e distinções em pintura e desenho. Participou em formações e workshops sobre a arte do vidro e do mosaico, tendo apresentado os resultados das suas experiências de investigação teórico-práctica em palestras e conferências em Portugal, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Grécia e Tunísia. Fez parte do comité de organização de diversas conferências e, da comissão científica da Glassac 11 (Bronnbach, Alemanha, 2011). É um dos membros fundadores da Unidade de Investigação Vicarte “Vidro e Cerâmica para as Artes” e foi presidente da APV – Associação Portuguesa do Vidro, de 2006 a 2009. Concebe e realiza em vidro, desde 2017, a escultura-troféu do prémio anual da APOM, Associação Portuguesa de Museologia.

Exposições, cinema e instalações marcam a efeméride:

A FCT – NOVA, em colaboração com a Biblioteca, organizou uma série de iniciativas que pretendem assinalar os 50 anos do 25 de Abril. Vários momentos interligados vão ter lugar ao longo do ano, dentro e fora da Biblioteca e nas redes sociais.

Entre 15 de Abril e 27 de Junho, o jardim da Biblioteca acolhe a instalação “Jardins de Abril” de Ana Matilde Sousa, Hugo Almeida e, Ivo Louro, jovens artistas que apresentam uma experiência sensorial que desafiará os visitantes.

“Memória de Abril”, a partir de fotografias de Mário Varela Gomes, é uma exposição que irá marcar a efeméride. De 11 de Abril a 31 de Maio, poderá ver o trabalho deste fotógrafo que captou muitas das emoções e o pulsar dos acontecimentos da época. Esta colecção que vai estar patente no Preguiçódromo da Biblioteca da FCT NOVA, conta com a colaboração da Fundação Mário Soares e Maria Barroso.

A “Liberdade” será, também, o tema do Ciclo de Cinema de 2024. Em cinco filmes, com linguagens e geografias muito diferentes, serão apresentadas reflexões sobre a liberdade e a falta dela. No final da projecção de cada filme, haverá espaço para debate. Este ciclo resulta de uma parceria entre a Biblioteca da FCT – NOVA, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT). A lista dos filmes que integram este ciclo pode ser consultada aqui.

Celebrando também o livro e a leitura, ao longo de 50 semanas, será dado destaque a um livro proibido, em diferentes épocas e regiões e, também a livros em que a liberdade é o tema central. O destaque a estes livros pode ser acompanho aqui.

Todas as iniciativas são de entrada livre e abertas ao público.

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Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online