CMA ocupa 2º lugar no ranking das autarquias com mais reclamações

Falta de limpeza, pragas, licenciamento de obras, iluminação pública, estacionamento, mau estado de estradas, habitação municipal e equipamentos desportivos, estão entre os principais motivos das queixas dos almadenses

Um estudo do Portal da Queixa identificou uma subida do número de reclamações dirigidas às câmaras municipais. Entre Janeiro e Agosto deste ano, já foram registadas no Portal da Queixa 1.528 reclamações contra as autarquias do país, um crescimento na ordem dos 21%, em comparação com o período homólogo de 2022, onde foram registadas 1.261 queixas.

No topo da lista das cinco autarquias com mais reclamações de 2023 figuram a Câmara Municipal de Lisboa com um volume de reclamações de 23,6%, uma subida de 25% face a 2022. Segue-se a Câmara Municipal de Almada (CMA) a acolher 12,8% das queixas, um aumento de 14% em relação ao ano passado. Em terceiro, a absorver 5,2% das ocorrências, a Câmara Municipal de Loures que assiste a um crescimento de mais de 70% das reclamações este ano.

Almada regista um índice de satisfação de 42,2 / 100 nos últimos 12 meses, considerado pelo Portal da Queixa como Razoável. Para o mesmo período de tempo, a taxa de resposta às reclamações é de 97,3%, o tempo médio de resposta de 60,5%, a taxa de solução de 14 %, a média das avaliações dos queixosos é de 44,6%, e a taxa de retenção dos clientes de 51,8%. A CMA não possui distinções neste portal.

Ou seja, quase todas as queixas recebidas no portal têm resposta, que demoram algum tempo, sendo que muito poucas são consideradas como solucionadas, na opinião dos queixosos. Considerando que neste espaço de tempo foram recebidas 294 queixas, foram solucionadas 41,16 reclamações num ano. A maioria das reclamações prendem-se com a falta de limpeza no concelho, infestação de baratas, estacionamento, licenciamento de obras, mau estado de habitações municipais, falta de condições em equipamentos desportivos municipais, mau estado das estradas e danos causados em viaturas e, demora ou falta de resposta dos serviços da CMA aos municípes.

A norte do país, em quarto lugar, alvo de 4,3% das queixas geradas durante os primeiros oito meses do ano, está a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, seguida da Câmara Municipal do Porto, que acumula 3,8% das reclamações e, das cinco autarquias, é a que regista a subida mais acentuada face a 2022, mais 107%.

Relativamente à performance das autarquias no que se refere à resposta e resolução dos problemas reportados, com os três melhores Índices de Satisfação estão: a Câmara Municipal da Nazaré, com uma pontuação atribuída pelos queixosos de 90,8 em 100; a Câmara de Sesimbra (89,6 / 100) e a Câmara de Lagos (73,8 / 100).

Nos primeiros seis meses, a análise indica que, cada mês, gerou perto de 200 queixas, sendo que, Julho e Agosto, ultrapassam as 220 reclamações, com 255 e 221, respetivamente.


Do que reclamam os munícipes

A motivar as reclamações dos munícipes estão problemas relacionados com a Falta de Limpeza (22%), onde são reportadas queixas sobre falta de recolha de lixo e limpeza de terrenos, um motivo que cresceu 35%, em relação a 2022.

A gerar 15,8% das reclamações estão as Obras, que englobam demora, danos causados, obras mal executadas e trânsito causado pela intervenção, um tema que sobe 12,9%.

A motivar 7,2% das ocorrências registadas está a Iluminação Pública, onde são apontados constrangimentos pela falta ou demora nas reparações. O motivo aumentou 10% face ao ano passado.

O Barulho ocupa uma fatia de 6,3% das queixas, com os munícipes a denunciarem a existência de ruídos fora do horário legal. O tema cresce 8,5%, em comparação com 2022.

A gerar 5,3% das reclamações estão problemas relacionados com o Estacionamento, são relatos de falta de lugar para estacionar, viaturas estacionadas em lugares indevidos ou multas aplicadas por estacionamento em lugar indevido. O motivo supera em 25% o volume registado em 2022.

Segundo detalha ainda o estudo, a falta de limpeza é a principal reclamação dos munícipes dirigida à Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas (16,7%). Já na autarquia de Rui Moreira, na Câmara do Porto, 41,6% das queixas dos portuenses denunciam problemas com a Iluminação Pública. Na autarquia de Faro, as Obras motivam a maior fatia de reclamações dos munícipes (25%).

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Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online