O silêncio da presidente e da vice-presidente da CMA face às questões dos deputados municipais
O que se passou na última Assembleia Municipal é sintomático e evidente da falta de respeito que o executivo do Partido Socialista e da presidente Inês de Medeiros têm para com os deputados municipais da oposição.
Começa a ser um (mau) hábito a falta de respostas, por parte de Teodolinda Silveira e Inês de Medeiros, às perguntas dos deputados municipais da oposição, na Assembleia Municipal de Almada, sobretudo quando as suas questões são pertinentes e incómodas para o executivo.
A Assembleia Municipal é o órgão deliberativo do munícipio, sendo uma das suas competências e atribuições fiscalizar o trabalho da câmara municipal, estando esta função prevista na lei e no seu regimento.
Os eleitos da Assembleia Municipal realizam essa fiscalização de várias formas também previstas no regimento, sendo que uma delas é a formulação de questões directamente ao executivo nas sessões da assembleia, tendo direito a respostas, tal como o executivo municipal tem a obrigação e o dever de responder, esclarecendo os deputados.
O que se passou na última Assembleia Municipal é sintomático e evidente da falta de respeito, que o executivo do Partido Socialista e a presidente Inês de Medeiros, têm para com os deputados municipais da oposição. Questões legítimas mas muito incómodas, levam a que os seus membros se remetam ao silêncio, não respondendo, não fornecendo informações nem esclarecimentos perante o orgão deliberativo.
O CDS-Partido Popular colocou uma série de questões e preocupações relacionadas com o grave problema de falta de limpeza e de insalubridade que assola o concelho de Almada, e da qual os cidadãos se têm queixado fortemente nos últimos meses. O lixo espalhado pelo chão, a falta de recolha, o odor nauseabundo junto aos contentores, atrai pragas de insectos, baratas, ratos e cães vadios que se aproveitam do banquete. Acrescente-se a este panorama a falta de civismo e de consciência comunitária de alguns munícipes, e eis como o concelho de Almada se tornou num dos mais preocupantes em termos de insalubridade.
À falta de estratégia e de amor pela cidade e concelho de Almada, acresce a incompetência e desleixo deste executivo, o verdadeiro responsável por este triste cenário existente no território de Almada. Esta problemática foi relembrada e questionada na última Assembleia Municipal, mas o executivo, a vereadora Teodolinda Silveira, responsável pelo pelouro da Higiene Urbana e também vice-presidente, e a presidente Inês de Medeiros, mantiveram silêncio face às questões e preocupações colocadas.
Relembro ao executivo do Partido Socialista, que os deputados da Assembleia Municipal são representantes dos almadenses que neles votaram, e como tal, não é apenas a oposição que fica sem resposta mas também os almadenses, que mereciam muito mais respeito por parte do executivo.
Infelizmente, este é um comportamento recorrente, deixar a oposição sem respostas remetendo-se ao silêncio, e revela bem não só a razão da oposição, mas sobretudo a incompetência e arrogância de quem se mantém no poder.
Falta praticamente um ano para terminar o mandato autárquico 2021/2025. Acredito que será um ano com muitas novidades, e tenho esperança, com algumas mudanças significativas que poderão surpreender o executivo, entre as quais o surgimento de uma verdadeira alternativa ao Partido Socialista, que mais não fez do que estagnar e até retroceder o concelho de Almada em muitos aspectos.
Inês de Medeiros, tem toda a legitimidade outorgada pelo povo almadense, e disso não há dúvidas, contudo, é legitimo que a oposição se apresente com novas ideias de futuro, para um verdadeiro desenvolvimento do concelho, sem defraudar as espectativas dos almadenses, sem agendas escondidas ou à porta fechada, e sem subserviências ou fretes para agradar a meia dúzia de conformados.
A sessão da Assembleia Municipal terá continuidade nos próximos dias. O CDS, e certamente a restante oposição, exige que a presidente da câmara e os restantes membros do executivo respeitem este órgão soberano, e respondam às suas questões com esclarecimentos.
Almada Online, António Pedro Maco, CDS-PP, Crónica, Opinião