PSP de Setúbal faz ponto de situação dos incidentes

Em Almada foram detidos dois homens na posse de engenhos explosivos e de arma proibida. Vários caixotes do lixo arderam em Almada, Barreiro e Seixal. Neste último concelho foi também incendiado um autocarro.

O Comando Distrital da PSP de Setúbal, emitiu um comunicado em que faz o ponto de situação dos incidentes ocorridos nas últimas 24 horas no distrito.

Informa que deteve dois suspeitos pelo crime de posse de engenhos explosivos (dois cocktails molotov) e arma proibida (uma catana). Segundo o Correio da Manhã a detenção foi feita “pouco depois das 0h de Quarta-Feira”, dia 24 de Outubro “na Rua D. José de Alarcão”, na Ramalha, na freguesia do Pragal. A detenção ocorreu durante um patrulhamento para conter distúrbios na via pública.

De acordo com o porta-voz nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), subintendente Sérgio Soares, “foram registadas inúmeras ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (nomeadamente em caixotes do lixo) na Área do Comando Distrital de Setúbal, nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal.”

De todas estas ocorrências, salientam um autocarro incendiado, na Arrentela, no concelho do Seixal. Um grupo de cerca de 20 pessoas, encapuzadas pararam o autocarro numa passadeira e obrigaram cerca de dez passageiros e motorista a saírem, ateando de seguida fogo à viatura, que foi totalmente destruída pelas chamas.

Em Lisboa, a PSP informou também em comunicado que na noite de Terça para Quarta-Feira foram incendiados um motociclo, dois autocarros e oito veículos ligeiros, há ainda a registar três feridos, dois polícias e dois civis, um dos quais, o motorista de um dos autocarros “o qual sofreu queimaduras graves na face, tórax e membros superiores”, com gravidade. Nao mesmo período deteve 13 pessoas, “quatro pela práctica de crimes de roubo, quatro por ofensa à integridade física qualificada, três por posse de engenhos explosivos e armas proibidas, uma por tentativa de fogo posto, e outra por accionamento de extintor e dano contra viatura da PSP”. Foram ainda registadas “45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente caixotes do lixo) na Área Metropolitana de Lisboa” e “identificados 18 suspeitos por motivos diversos”.

A Polícia de Segurança Pública de Setúbal e Lisboa reiteram em ambos os comunicados “que tem por missão garantir a segurança e ordem pública e o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, e que está empenhada em manter a ordem, paz e tranquilidade públicas, em todo o território nacional”.

Ainda nos mesmos comunicados “repudia e não tolerará os actos de desordem e de destruição practicados por grupos criminosos, apostados em afrontar a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade, grupos esses que integram uma minoria e que não representam a restante população portuguesa, que apenas deseja e quer viver em paz e tranquilidade. Estes grupos criminosos têm revelado uma falta de respeito pela vida humana, sendo, uma vez mais, evidente a práctica de crimes violentos contra a integridade física, sendo que a PSP tudo fará para, em coordenação com as outras Forças e Serviços de Segurança, levar à justiça os suspeitos de todos os crimes que têm sido practicados nos últimos dias.”

Os incidentes na Grande Lisboa tiveram início após Odair Moniz, de 43 anos, morador no Bairro do Zambujal, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de Segunda-Feira, 21 de Outubro, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e ter falecido posteriormente, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de automóvel depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde a noite de Segunda-Feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na Terça-Feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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