Agente da PSP suspenso por suspeita de agressão a jovem dentro do Tribunal de Almada
O Ministério Público está a investigar o caso. Um agente foi suspenso preventivamente de funções, indicam a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a PSP
O caso ocorreu no final de Fevereiro de 2025, quando vários arguidos aguardavam numa área comum do tribunal para serem julgados num processo sumário e um dos presentes acabou por ser manietado violentamente por agentes da PSP de Almada, em circunstâncias ainda por esclarecer, avança a Lusa.
Segundo o Correio da Manhã (CM) o polícia, com mais de 20 anos de serviço, foi suspenso preventivamente de funções e arrisca ser julgado por crimes de abuso de autoridade, ofensas à integridade física e sequestro, bem como falsificação por ter elaborado o expediente da ocorrência com factos que não ocorreram. A violência terá sido filmada pelas câmaras de segurança do tribunal, mas o expediente feito na PSP de Almada nada relatava sobre o assunto.
Fonte oficial da PGR confirmou à agência noticiosa a “existência de inquérito, o qual foi decidido sujeitar a segredo de justiça”.
Segundo a PSP, após queixa e “no âmbito desse inquérito, um dos polícias foi já ouvido em primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de suspensão imediata de funções”. “Paralelamente, foi igualmente instaurado internamente um processo disciplinar relativo ao agente em causa”, acrescentou esta força de segurança, numa resposta remetida por escrito a 30 de Abril, escusando-se a dar mais detalhes sobre o caso, por estar “a ser devidamente investigado pelas instâncias judiciais competentes” e por o processo estar em segredo de justiça. O mesmo agente já foi investigado no passado por furtos ocorridos durante serviços remunerados.
Contactada pela Lusa, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) informou que foi aberto “processo administrativo na sequência de comunicação do Ministério Público”.
O serviço de controlo externo da actividade policial aguardava, na semana passada, “o envio de informações adicionais”.
Em declarações à mesma fonte, o juiz-presidente da Comarca de Lisboa, à qual pertence o Tribunal de Almada, considerou, sem revelar pormenores sobre o caso, que se trata de “uma situação que não prestigia a Justiça”, mas que “felizmente é pontual”. “Não temos nenhum [outro] caso que se compare”, garantiu Artur Cordeiro, sublinhando que a situação “foi tratada imediatamente”.
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