Almada | As Quatro Estações de Piazolla
A música de Buenos Aires invade a Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, no dia 3 de Junho às 21h
As Cuatro estaciones porteñas, uma das obras mais representativas do nuevo tango, são retratos da cidade de Buenos Aires. A composição destas peças acompanhou a da criação da ópera-tango María de Buenos Aires, pelo que se pode constatar que, enquanto María é um retrato íntimo e descritivo da cidade, Cuatro estaciones são um retrato exterior da urbe da capital argentina, moldado pela passagem das estações.
Marcelo Nisinman, natural de Buenos Aires, foi discípulo do próprio Piazzolla, que o declarou o “futuro do bandoneón”. Nisinman é considerado um dos maiores nomes do tango actual, com vários álbuns gravados e colaborações com alguns dos melhores músicos e orquestras mundiais. Criou, em 2009, o ensemble Tango Factory (quarteto), junto com o clarinetista Chen Halevi e, em 2018, apresentou o seu novo ensemble FRANZ (quinteto), em Buenos Aires. O programa do concerto inclui ainda algumas composições de Nisinman, que continuam a veia de inovação do tango empreendida por Piazzolla.
Considerada uma das vozes mais destacadas do tango actual, Ana Karina Rossi, natural de Montevideu, é uma cantora e autora uruguaia com uma extensa carreira internacional em colaboração com artistas de diversas disciplinas e nacionalidades. Integra várias formações musicais com músicos de renome. Paralelamente à sua carreira como cantora, é produtora e directora artística de projectos multiculturais envolvendo música, dança, cinema, rádio e televisão. A confirmação do talento da cantora Ana Karina Rossi veio com a colaboração artística de dez anos com o poeta Horacio Ferrer, que escreveu o libreto de María de Buenos Aires e as letras das famosas canções de Piazzolla que fazem parte deste concerto, como Balada para mi muerte, Chiquilín de Bachín e Balada para un loco, esta última considerada uma das 100 melhores canções latino-americanas da História. Horacio Ferrer disse que Ana Karina é “um coração que canta”, confiando-lhe a estreia de várias obras suas.
David Castro-Balbi começou a tocar violino com 5 anos. Em 2009, com apenas 15 anos, foi escolhido para tocar a solo na Sala Victoria, em Genebra, e no Théâtre du Champs Elysées, em Paris, sob a direcção de Seiji Ozawa.
Ganhou vários Primeiros Prémios de violino em concursos nacionais e internacionais. Apresenta-se frequentemente em trio com o violoncelista Alexandre Castro-Balbi e o pianista Lucas Debargue.
David Castro-Balbi toca um instrumento feito por Giovanni Battista Guadagnini (1690), que chegou a pertencer ao célebre violinista, maestro e compositor Louis Spohr.
Nascido no Porto, Tiago Pinto-Ribeiro estudou na ESMAE, na sua cidade natal, e depois ingressou na UdK (Universidade das Artes) de Berlim, onde estudou com Michael Wolf e concluiu o seu mestrado e diploma artístico em contrabaixo. Ao longo do seu percurso, foi laureado com o 1º Prémio no Concurso Internacional “Júlio Cardona” e recebeu uma menção honrosa no Concurso Internacional de Contrabaixo da ISB (International Society of Bassists), em Houston. Integrou algumas das melhores orquestras mundiais e, é membro do DSCH – Schostakovich Ensemble e colaborou, em Portugal e em vários países europeus, com grandes músicos como Gérard Caussé, Pascal Moraguès, Adrian Brendel, Marcelo Nisinman, Jack Liebeck, Kyril Zlotnikov, Corey Cerovsek, Benjamin Schmid, José van Dam, Silvia Careddu e o seu irmão Filipe Pinto-Ribeiro. Tiago Pinto-Ribeiro é contrabaixista da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e Professor de Contrabaixo e Música de Câmara na Universidade de Aveiro.
A pianista Rosa Maria Barrantes iniciou a sua formação pianística na sua cidade natal (Lima, no Peru), prosseguindo depois na Universidade Católica de Santiago do Chile, onde se graduou sob a orientação de Maria Iris Radrigán. Posteriormente, estudou no célebre Conservatório Tchaikovsky de Moscovo, com a pianista Natalia Troull, vindo a doutorar-se pela mesma instituição. Rosa Maria Barrantes foi Professora de Piano e Música de Câmara na Licenciatura em Música do Instituto Piaget, em Almada e, actualmente, é docente de Piano no Conservatório Metropolitano de Lisboa e coordenadora do Festival e Academia Verão Clássico, em Lisboa.
O italiano Alberto Mesirca é considerado um dos mais destacados guitarristas da sua geração. Divide a sua actividade entre concertos, conferências, cursos e masterclasses um pouco por todo o mundo, apresentando-se a solo, em duo, em ensembles de câmara e com orquestra. O seu repertório vai desde o Renascimento até à música do nosso tempo. Foi o responsável, em colaboração com Hopkinson Smith e Franco Pavan, pela 1.ª publicação moderna das obras de Francesco da Milano constantes de um manuscrito de música para alaúde data de 1565 guardado em Castelfranco Veneto. Actualmente, Alberto Mesirca é professor no Conservatório onde se formou, em Castelfranco Veneto, em Itália.
Astor Piazzolla é uma figura central da música argentina do século XX, pelo modo como revolucionou a tradição do tango, agregando ao idioma tradicional tanguero influências da música clássica/erudita e do jazz.
No mesmo dia, às 18h00, no foyer do TMJB, haverá uma Conversa pré-concerto com João Almeida e Ana Karina Rossi.
Ficha Artística:
Direcção musical: Marcelo Nisinman
Interpretação: Ana Karina Rossi (voz), Alberto Mesirca (guitarra eléctrica), David Castro-Balbi (violino), Marcelo Nisinman (bandoneón), Rosa Maria Barrantes (piano), Tiago Pinto-Ribeiro (contrabaixo)
Co-apresentação: Festival de Música dos Capuchos
Duração: 80 min. sem intervalo
Classificação etária: M/6
Programa
Astor Piazzolla Cuatro estaciones porteñas
Marcelo Nisinman Hombre Tango, Pourquoi tu te lèves, Argentinos en Europa
Astor Piazolla Balada para mi muerte, Jacinto Chiclana, Chiquilín de Bachín, Balada para un loco, María de Buenos Aires
Descontos para menores 25 e maiores de 65 disponiveis na bilheteira do TMJB
O espectáculo encontra-se esgotado.
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