As forças políticas têm de defender os interesses do concelho de Almada

No que diz respeito a Almada é imperativo que as forças políticas que vão a votos no circulo eleitoral de Setúbal, possam comprometer-se com as necessidades das populações e inscrevam nos seus programas eleitorais as soluções dos vários problemas ou prioridades existentes.

Não interessam, embora muito houvesse por dizer e descrever, os porquês e as conclusões do país passado exactamente um ano, ter de ir de novo às urnas, para que se elegam novos deputados ao Parlamento. Consoante os resultados eleitorais, nomeadamente o partido ou coligação que vença as eleições ou não – dada a nova moda das geringonças inaugurada pelo PS de António Costa em 2015 –  o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, irá dar posse a um novo Governo, depois do que será a mais que provável campanha beligerante com contornos inimaginários, tal como os acontecimentos dos últimos dias assim o comprovam. 

Mais promessas, mais beijinhos e abraços, mais papel e canetas gasto e entregue em troca de um voto. Mais visitas às feiras e festarolas, mais juras de amor pelo povo e pelos seus anseios. Avizinha-se uma enorme correria das grandes empresas de marketing e propaganda (para os que têm orçamento para tal), que dão vivas sempre que o Parlamento é dissolvido. Ou seja, o normal, o mesmo normal que ainda há cerca de um ano o país assistiu e tem vindo a assistir nos últimos anos. 

Vamos ao concreto.  No que respeita ao concelho de Almada bem podem os partidos encher as folhas de programas de Governo numa lógica mais micro, pois o que não falta em Almada são promessas incumpridas, desenvolvimento, oportunidades e cidadãos que esperam e desesperam por melhor qualidade de vida. Isto, à porta de Lisboa, essa grande capital europeia, que de há uns anos para cá está na moda dos destinos mais requisitados, quer para turismo, quer para a fixação de um povo global e multicultural, que não consegue resistir ao sol e às ementas lusas. 

O grande problema é…..os próprios portugueses! Quem já não teve oportunidade de ouvir da boca de turistas o famoso: “voçes não dão valor ao que têm!”, “voçes não aproveitam o melhor do vosso país(!), ou ainda a famosa frase deixada pelos antigos romanos acerca do povo mais ocidental da Ibéria; “não se governam e não se deixam governar!”. Em parte esta é uma grande verdade. 

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No que diz respeito a Almada é imperativo que as forças políticas que vão a votos no circulo eleitoral de Setúbal, possam comprometer-se com as necessidades das populações e inscrevam nos seus programas eleitorais as soluções dos vários problemas ou prioridades existentes.

Em Almada queremos que a A33 deixe de ter o pórtico instalado no Nó da Queimada, na Charneca da Caparica, e que pare de taxar diariamente e de forma injusta quem vive nesta freguesia. Queremos que as forças políticas inscrevam nos seus programas eleitorais a resolução, de uma vez por todas e com urgência, dos problemas da nova frota da Transtejo, para que esta possa levar e trazer todos os dias os almadenses entre as duas margens. Queremos também que os barcos que atravessam o Tejo entre a Trafaria/Porto Brandão tenham condições e horários que vão de encontro às necessidades das populações .

Queremos que o metro chegue mesmo até à Costa da Caparica, à Trafaria e à Charneca da Caparica. Queremos que se concretize mesmo o novo túnel, já anunciado pelo Governo cessante, entre a Trafaria e Algés. Queremos que os partidos se comprometam a abrir um diálogo franco e sério sobre as portagens na Ponte 25 de Abril, que se encontre uma solução onde os almadenses não sejam prejudicados com a taxa de utilização de uma via que têm de pagar do seu bolso para ir trabalhar(!). Aproveitando a mesma ponte, os almadenses querem que reforcem o material ferroviário circulante, para terem conforto, segurança, e, sobretudo, se garanta que chegam a horas ao trabalho ou à faculdade no seu dia-a-dia. 

Queremos que as praias da Costa da Caparica deixem de ser apenas para quem vem de fora, e que a segunda cidade do concelho seja reordenada e cuidada, tenha infraestruturas inexistentes neste momento (escola secundária, por exemplo) e deixe de estar abandonada e suja. Queremos que o agroparque seja uma realidade que legalize e respeite os rendeiros da Costa, que o Transpraia regresse e que os parques de campismo sejam realocados. Queremos que se acabe com os bairros ilegais, mas que as famílias que lá vivem tenham a opção de uma habitação digna. Queremos que o parque habitacional municipal existente seja reabilitado e tenha casas com condições dignas de habitabilidade. Queremos que os processos que dependem da Câmara Municipal não demorem meses, e que a burocracia deixe de existir. É necessário uma reestruturação dos serviços, para que tratem dos assuntos dos municípes com agilidade, simpatia e sentido de serviço público.

Queremos que as alterações climáticas decorrentes da má intervenção e uso por parte do Homem e pelas naturais mutações milenares sejam encaradas com seriedade, e que os galgamentos na zona ribeirinha e na frente Atlântica tenham prevenção antes que aconteçam, e de que os riscos que concelho enfrenta sejam comunicados aos almadenses de forma clara e transparente. Queremos saber o que fazer e para onde nos devemos dirigir em caso de sismo, tsunami ou inundação grave. Não queremos ter arribas em risco de desabar, Queremos mais fiscalização às infrações no território do concelho, seja nas descargas de entulho ilegais, nos estacionamentos indevidos, nas licenças de obras e nos materiais utilizados nas construções. Queremos que as esquadras existentes tenham condições de trabalho, meios humanos e veículos suficientes, para possa estar presentes atempadamente quando são chamados pelos municípes. Queremos que as polícias presentes no território tratem os almadenses com dignidade, encarregando-se dos seus problemas até os solucionarem, efectuando policiamento de proximidade. Não queremos lixo amontoado nas ruas, nem pragas, e exigimos que quem não cumpre as regras de higiene e de saúde pública seja multado severamente como forma dissuasora.

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Os almadenses querem que o Governo que sair das eleições legislativas de 18 de Maio, possa encontrar rapidamente soluções, em colaboração com investidores e parceiros, para a requalificação da zona da Margueira, e que se cumpra de uma vez por todas o projecto ambicioso do Arco Ribeirinho Sul, que lhes trará qualidade de vida e dignificará a margem sul. Querem também que a requalificação do Ginjal aconteça, para poderem desfrutar da zona ribeirinha nos seus tempos livres em segurança.

Os almadenses querem ainda, entre outras tantas coisas, que mencioná-las faria com que este texto se tornasse enorme e enfadonho, que as diversas (e demasiadas) entidades que têm jurisdição no território do concelho se entendasm, e se aligeirem os processos, a fim de serem tomadas decisões que tanta falta fazem, e que melhorariam a vida dos almadenses. Ao fim e ao cabo, é apenas isso que se pretende dos partidos e dos políticos que nos governam.

António Pedro Maco

Deputado Municipal eleito pelo CDS-PP na Assembleia Municipal de Almada

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