Biografia dos Da Weasel n’Uma Página de História

Apresentação da biografia oficial da banda almadense acontece hoje, 12 de Maio às 19h, no Almada Forum

A FNAC do Almada Forum é pequena demais para os almadenses Da Weasel apresentarem a sua biografia oficial “Uma Página de História”, da autoria da jornalista Ana Ventura. Assim, como jogam em casa e se prevê uma enchente, a escolha foi o espaço exterior do piso da Restauração do Almada Forum, onde a banda estará presente para uma sessão de autógrafos, que se segue ao Book Talks (nome dado pela FNAC às suas apresentações literárias com a presença dos autores).

Assinada por Ana Ventura, a biografia oficial dos Da Weasel, editada no dia 27 de Abril, resulta de um ano de longas conversas, onde todos os membros da banda abrem a porta da toca da Doninha para partilhar as suas memórias, alguns dos segredos que até agora nunca tinham sido revelados e, em que todos os membros da mítica banda almadense se revelam como nunca o fizeram.

De Janeiro de 2022 a Janeiro de 2023, cada um dos elementos do colectivo sentou-se, individualmente, com a autora, que aproveitou a partilha para explorar o passado da banda e das figuras que a compõem, mas também o presente, deixando nestas páginas um pedaço de história contado na primeira pessoa. Em registo oral, “Uma Página da História” mostra os seis músicos que ousaram tornar-se lendas, mas permite também descobrir estas seis personalidades, os seus medos e sonhos, as suas alegrias e incertezas, as suas conquistas e inseguranças.

O design da capa, criado por João Nobre, representa o ponto de partida: da sua formação aos singles e álbuns editados ao longo da sua carreira, passando pelos concertos que, ainda hoje, habitam no imaginário de quem teve a oportunidade de os viver, sem nunca esquecer as pessoas por detrás dos microfones e instrumentos, que contam tudo na primeira pessoa.

«Nunca, em circunstância alguma, abrimos a janela da nossa toca de uma forma tão profunda como agora. Logo, uma janela na capa, com o recorte da Doninha, pareceu-me a forma mais natural de convidar a espreitar, a observar, a participar nos momentos mais íntimos e reservados das nossas estórias», comenta João Nobre sobre o livro. 

“Não houve uma pergunta que eu tenha feito a que qualquer um deles tenha dito ‘não vou responder a isso’, e não houve uma linha que tivesse sido escrita que, depois de passar pelo crivo deles, tivessem dito ‘olha, eu disse isso, mas agora retira’. O que eles me disseram e o que eu escrevi é exatamente o que está no livro”, disse à Lusa a jornalista Ana Ventura, autora da biografia “Da Weasel – Uma página da história”. Embora seja a autora da biografia, Ana Ventura quis ser “um veículo para a história” dos Da Weasel. “Queria mesmo pô-los a eles a contar a sua história”, afirmou.

Desde a sua formação, em 1993, até ao momento em que deixaram o país órfão anunciando o final de um percurso único, que durou até 2010, os Da Weasel converteram-se no símbolo de uma geração, colectivo porta-voz de uma existência, onde a criação de uns foi a inspiração de milhões.

Ao longo de quase 600 páginas, os músicos partilham muitos momentos bons, como os concertos que deram no Johnny Guitar e no Coliseu dos Recreios, ou quando actuaram no mesmo palco que os Beastie Boys ou os Red Hot Chili Peppers, bandas de referência para vários elementos da banda.

Com “Uma Página da História”, às canções que todos se habituaram a entoar, viver e respirar, juntam-se agora as narrações de uma vida de carne e osso, recordadas na primeira pessoa pelos seus protagonistas. Mais do que um livro, este é um mergulho num percurso de 30 anos repleto de momentos que marcaram a vida do colectivo mas também a vida de toda uma geração.

Carlos Nobre (Pacman/Carlão), João Nobre (Jay-Jay Neige), Bruno Silva (Virgul), Pedro Quaresma (Quakas), Guilherme Silva (Guillaz) e Miguel Negretti (DJ Glue) formam os Da Weasel, mas a banda revelou-se muito mais do que a soma das suas partes. Nas páginas da biografia oficial da Doninha, surgem, finalmente, as aventuras, as desventuras e, os segredos que todos queriam conhecer.

Os Da Weasel formaram-se no início da década 90 em Almada e são considerados como uma das bandas pioneiras do hip hop em Portugal, que também ajudou a escrever um novo capítulo da história da música nacional. Separaram-se no final da primeira década do século sem nunca darem grandes pormenores sobre o motivo da separação. Juntaram-se para um concerto em 2020, que foi adiado devido à pandemia e que só veio a concretizar-se em 2022, no Festival Alive.

Este ano voltam a actuar, desta vez no Festival Marés Vivas, no dia 14 de Julho em Vila Nova de Gaia. O mote é que a Doninha “veio para ficar”, embora não se saiba ainda em que moldes. Certo é que haverá mais um capítulo a relatar a história dos Da Weasel: a banda vai organizar uma “mega exposição” para celebrar o seu legado, que terá até objectos que fazem parte da sua história.

Algumas das frases do livro

“Somos todos muito gajos na medida em que não falamos muito das coisas.” – Carlão

“Em 1993, tenho 22 anos, o meu irmão tem 18 – e os Da Weasel nascem no nosso quarto.” –  João Nobre

“Se tivesse de morrer, morria feliz e orgulhoso das coisas que fizemos juntos.” – Quaresma

“Poder tocar, fazer carreira na música, viver disso, ter pessoas que gostam do que fazes: continua a ser um privilégio de poucos.” – Guilherme

“Somos uma família – podemos estar muito tempo separados mas, quando estamos juntos, não passou tempo nenhum.” – DJ Glue

“Se, antes, havia respeito, agora há ainda mais.” – Virgul

Adivinha quem voltou…

Sofia Quintas

Directora e jornalista do Almada Online

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