CDS-PP propôs homenagear antigos combatentes nos 50 anos do 25 de Abril

Aquele levantamento levado a cabo na madrugada de 25 de Abril, decorria o ano de 1974, foi o culminar de um conjunto de desilusões, de falta de esperança no futuro e de uma guerra estúpida, onde tombavam irmãos desavindos, para alimentar egos políticos e interesses geo-estratégicos.

Considerando que se trata de uma data redonda e da maior importância para Portugal, que trouxe à sociedade portuguesa implicações inegáveis na concepção do modo de vida presente e futuro, as comemorações do 50º aniversário do 25 de Abril de 74, não nos deixam esquecer a luta pela democracia e pela liberdade de expressão. 

Mas Abril nunca se faria, caso aqueles que detinham o poder consubstanciado por capacidade bélica, capaz de ombrear com o regime musculado instituído onde se incluía uma polícia de Estado (PIDE) fortemente treinada e armada, permanecessem até aos dias de hoje nos quartéis e nas messes. Foram os militares, que com coragem e altruísmo, entregaram a Democracia e Liberdade ao povo português. 

Aquele levantamento levado a cabo na madrugada de 25 de Abril de 1974, foi o culminar de um conjunto de desilusões, de falta de esperança no futuro e de uma guerra estúpida, onde tombavam irmãos desavindos, para alimentar egos políticos e interesses geo-estratégicos.  

Os militares, que só queriam ver melhoradas as suas condições de vida e, libertar o povo português do regime que lhes castrava as suas liberdades, tomaram de assalto a praça da Democracia no coração de Lisboa e do Estado Novo. Partindo de Santarém, com uma missão incerta que lhes poderia custar a vida, bravos capitães e heróicos soldados não tiveram receio de encarar o futuro com coragem. A esses heróis, estará o povo português sempre, mas sempre, grato. 

Todavia, o respeito e a compreensão para com os militares não se podem esgotar na madrugada de 25 de Abril de 74. Centrando-nos na guerra do Ultramar, muitos jovens militares portugueses pagaram a guerra com a própria vida, sendo o sacrifício e o respaldo de uma conjuntura política com contornos e interesses bem definidos, de supremacia e honra nacional. Não esquecendo nunca os militares portugueses, que tiveram um papel preponderante e reconhecido na Grande Guerra, que custou milhares de vidas, da qual ainda hoje existem memórias nos seus descendentes e famílias. 

Os militares englobados numa instituição do Estado, com capacidade bélica e com dever de defender a pátria e os cidadãos, devem obter da sociedade o maior respeito e dignidade. 

A homenagem mais que justa que se pretende fazer aos militares portugueses, nomeadamente aos antigos combatentes, suas famílias e descendentes, sejam eles da Grande Guerra, da guerra do Ultramar, ou até mesmo os que se encontram em missões de garantia da paz mundial, integrados nos capacetes azuis, é mais que merecida e, deve ter a concordância das forças políticas e vivas do concelho de Almada. 

Nada mais oportuno que as comemorações do 50º Aniversário da revolução de Abril, incorporem nas suas festividades, esta homenagem aos que dedicaram e entregaram a sua vida à nobre causa pública de defender a Liberdade e a Democracia, mesmo que muitas vezes incompreendidos e forçados a entrar em conflitos que pouco ou nada fazem sentido. 

A esses jovens do passado, hoje muitos deles idosos, deve Almada curvar-se e reconhecer o papel inquestionável que tiveram e têm, na sociedade portuguesa. Sem estigmas, sem vergonhas, sem desconfianças, temos a obrigação de reconhecer a sua entrega e dedicação à Pátria, ainda que em algumas situações os seus propósitos não fossem os mais correctos, mas os quais eram obrigados a desempenhar cumprindo ordens. 50 anos depois da madrugada do 25 de Abril, há que fazer as pazes com a história e repor a dignidade, por vezes mal interpretada e incompreendida, do papel dos militares e antigos combatentes. 

Assim pretende o CDS-Partido Popular em Almada, tendo efectuado a sugestão na reunião da Assembleia Municipal junto da Presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros e, do seu executivo, apresentando a proposta de inclusão nas comemorações do 50º Aniversário do 25 de Abril, de uma sentida homenagem aos antigos combatentes, militares e suas famílias. Este é um reconhecimento já realizado em muitos concelhos do distrito de Setúbal, onde se incluem memoriais públicos, que reforçam o sentimento de pertença. 

A esta proposta e sugestão, Inês de Medeiros, que já prometeu em mandato anterior a construção de um memorial aos antigos combatentes ainda não executado, manteve-se em silêncio. Esperamos que esse silêncio não seja uma recusa em homenagear os militares, que com certeza estarão presentes e serão evocados no seu discurso nas comemorações.

Lutaremos até que essa justa e sentida homenagem seja uma realidade em Almada, terra de Liberdade. 

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António Pedro Maco

Deputado municipal eleito pelo CDS-PP