Almada | Miguel Calhaz “Ao vivo pela Liberdade”
Miguel Calhaz apresenta o seu segundo álbum a solo "Contra: Contemporânea Tradição" hoje, dia 22 de Abril, pelas 21h30 no Salão das Carochas
O professor do Conservatório de Música de Coimbra, Miguel Calhaz, apresenta o seu segundo álbum a solo “Contra: Contemporânea Tradição” hoje, dia 22 de Abril, pelas 21h30 no Salão das Carochas. O concerto está englobado na programação municipal da comemoraçãodo 25 de Abril. A entrada é gratuita, limitada à lotação máxima do espaço.
O álbum do cantautor e contrabaixista natural da Sertã, é uma viagem por temas tradicionais, maioritariamente da Beira Baixa, embora também com a presença de Trás-os-Montes, num total de dez faixas. Nele o músico alia a voz ao contrabaixo, em antigas heranças musicais do folclore português.
“Estas heranças ousam depois entrelaçar-se com polirritmias, oriundas de prácticas musicais mais patentes no jazz e na música improvisada”, declarou à Lusa. De acordo com o autor, trata-se de um trabalho “bastante ‘sui generis’ e fora do comum”. Este é um projecto que assenta assim “na raiz tradicional da música portuguesa, mas navega também simultaneamente em universos musicais contemporâneos”, destacou Miguel Calhaz.
“O papel do contrabaixo é muito importante, porque as suas características permitem que o instrumento produza um largo manancial de timbres. A isto junta-se o recurso tímbrico da voz, que alarga ainda mais o espectro de possibilidades”, descreveu.
“Aqui podemos encontrar a Cantiga da Ceifa, o São João, a Cantiga das Casadas, a Virgem da Consolação, mas também o Bento Airoso”, referiu, acrescentando que todos os arranjos são da sua autoria.
A primeira apresentação do álbum teve lugar em Pedrógão Pequeno, onde reside, no dia 31 de Março, ao qual se seguiu novo espectáculo em 11 de Abril, no Convento São Francisco, em Coimbra. O álbum foi ainda apresentado no dias 15 de Abril na Associação José Afonso, em Setúbal, e chega agora a Almada.
À Lusa, Miguel Calhaz revelou também que já está a trabalhar no seu terceiro álbum a solo, também ele nesta abordagem de cantar e tocar contrabaixo ao mesmo tempo. “’Contra Cantos’ será constituído só por músicas da Revolução, de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Adriano ou Fausto. Deverá sair em finais de 2023, inícios de 2024”, concluiu.
Entre Miguel Calhaz e o seu contrabaixo há assim uma cumplicidade e uma ligação que transcende em muito, a normal relação entre um músico e o instrumento que executa. O contrabaixo sai da sua esfera usual de instrumento de acompanhamento e passa a assumir funções harmónicas, melódicas e rítmicas. A própria abordagem quanto à forma de tocar este instrumento difere daquilo que é mais comum, assumindo espaços normalmente preenchidos por outros instrumentos. A par do uso destes recursos junta-se a voz do músico que, ora vai ilustrando os seus e outros poemas, ora trauteia improvisos, embalando redondos vocábulos.
Miguel Calhaz, músico freelancer, cantautor e contrabaixista, mantém projectos musicais nas áreas do jazz, world music e da música portuguesa, entre os quais: Trilhos – Novos Caminhos da Guitarra Portuguesa, Romance da Pastora, Raiz, Latin Groove, Libertrio, Heart of Trio e, Outras Viagens do pianista Marco Figueiredo.
Participou em espectáculos de tributo a Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Fausto com as formações Os Cantautores e Emboscadas. Foi músico convidado da formação Danças Ocultas e do cantautor Zeca Medeiros. Participou na primeira edição da Festa do Jazz no Teatro S. Luiz em Lisboa, tocou nas comemorações do 10 de Junho no Centro Cultural Português na Cidade da Praia (Cabo Verde), no Teatro Micaelense (Ponta Delgada), Teatro Aveirense, Teatro Lethes (Faro), Fórum Lisboa, Palácio de Cristal, Casino da Póvoa, Festa do Avante!, Festival de Músicas do Mundo de Sines, Maré de Agosto (Sta. Maria) e Raízes do Atlântico (Madeira), entre muitos outros espaços e auditórios.
Miguel Calhaz Venceu o Prémio José Afonso (tema original) no 3º Festival Cantar Abril que se realizou no Teatro Municipal de Almada, em 2011, com o tema “Estas Palavras”; o Prémio Adriano Correia de Oliveira (melhor recriação) em 2013 e, o Prémio Ary dos Santos (melhor letra) em 2013 e 2015.
Licenciado em Educação Musical pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico da Guarda, é Professor das Unidades Curriculares de Seminário e Projecto, e Atelier de Coro e Música de Conjunto, do Curso de Professores de Educação Musical do Instituto Piaget (Viseu). Estudou no curso de Contrabaixo/Jazz da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto.
Para além de ser professor no Conservatório de Música de Coimbra, onde dá aulas no Curso Profissional de Jazz, Miguel Calhaz lecciona também no âmbito da Orquestra Geração, um projecto de cariz social, que proporciona o ensino de música a crianças desfavorecidas.
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