Costa da Caparica | Paris, Texas inicia ciclo de cinema dedicado a Wim Wenders
Em exibição a 6 de Março às 21h, no Auditório Costa da Caparica
O Cineclube Impala, organizado pela Associação Gandaia, leva ao ecrã do Auditório Costa da Caparica, o filme “Paris, Texas”, do cineasta alemão Wim Wenders, que dá início a um ciclo de cinema dedicado a este realizador, que decorre durante o mês de Março. Serão exibidos nas próximas semanas Viagem a Lisboa, no dia 13; Estrela Solitária a 20 de Março e Asas de Desejo, no dia 27.
Depois de estar desaparecido por mais de quatro anos, Travis (Harry Dean Stanton) regressa a Paris, no estado do Texas. O irmão, Walt (Dean Stockwell), encontra-o num hospital na região do deserto Mojave, perto da fronteira com o México. Maltrapilho, sem memória, magro e mudo, é levado por Walt para a sua casa em Los Angeles onde encontra Hunter (Hunter Carson), o filho de sete anos que foi abandonado pela mãe, Jane (Nastassja Kinski). A partir dos fragmentos, Travis vai procurar reconstruir o puzzle desfeito em que a sua vida se transformou. Inicialmente estranhos, Travis e Hunter iniciam uma reaproximação que culmina numa grande amizade e no desejo de encontrar Jane e reconstruir a família.
Wim Wenders conta a história de um homem resgatado à sua própria solidão, que tenta reparar os erros da vida. Sem desassossegos ou assombros, “Paris, Texas” é um filme comovente sobre deixar uma marca no mundo e sobre a América profunda. Paris, Texas está impregnado de cinema americano. Este era o filme preferido de Kurt Kobain.
Bacharel em medicina, filosofia e artes, o realizador alemão Wim Wenders sempre foi conhecido pela mistura de abordagens, transitando entre ficções, documentários e séries de televisão, marcadas frequentemente pelo realismo fantástico. Tornou-se conhecido pela sua segunda longa-metragem, “O Medo do Guarda-Redes Perante o Pênalti” (1972), conquistando diversas indicações a importantes prémios internacionais. O drama realista “Alice nas Cidades” (1974) e o suspense no “O Amigo Americano” (1977), com Dennis Hopper no papel de Tom Ripley, contribuíram para o seu reconhecimento internacional. Francis Ford Coppola convida-o a filmar nos Estados Unidos, e depois do grande fracasso de “Hammett” (1982), obtém sucesso com “Paris, Texas” (1984), a sua segunda produção americana. De regresso à Alemanha, realiza “Asas de Desejo” (1987), grande sucesso de bilheteira e um dos principais filmes da sua carreira. A partir deste momento, o realizador arrisca-se em produções ambiciosas, alternando grandes sucessos com fracassos. Com 4h40 de duração, “Até o Fim do Mundo” (1991) é ignorado pelo público, enquanto “Tão Longe, Tão Perto” (1993) conquista o Grande Prêmio do festival de Cannes. O documentário “Buena Vista Social Club” (1999) tem boa recepção do público, mas as ficções “Estrela Solitária” (2005) e “Palermo Shooting” (2008) recebem críticas catastróficas. Fiel à experimentação, realiza o documentário em 3D “Pina” (2011), sobre a coreógrafa e bailarina Pina Bausch, e decide investir na ficção em 3D com o drama “Everything Will Be Fine” (2012). Actualmente, tem mais de mais de 30 filmes no currículo.
Paris, Texas, é talvez o mais icónico filme do realizador alemão Wim Wenders. Foi distinguido com a Palma de Ouro, o prémio Fipresci e o prémio do Júri Ecuménico, na edição do Festival de Cannes de 1984. Em 1985, venceu os Bafta na categoria de Melhor Realização.

Ficha Técnica:
Título original: Paris, Texas
Realização: Wim Wenders
Argumento: L.M. Kit Carson, Sam Shepard, Walter Donohue
Produção: Anatole Dauman, Don Guest
Elenco: Harry Dean Stanton, Dean Stockwell, Nastassja Kinski, Tom Farrell, Aurore Clément, Bernhard Wicki, Sam Berry, Socorro Valdez, Edward Fayton, John Lurie,
Música: Ry Cooder
Fotografia: Robby Müller
Edição: Peter Przygodda
Género: Drama
Origem: Alemanha, França, Reino Unido
Ano: 1984
Duração: 145 min.
Classificação: M/12
1€ sócios | 2€ geral
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