ULS Almada-Seixal realiza as primeiras cirurgias robóticas
É a única na Península de Setúbal a dispor desta tecnologia
O Hospital Garcia de Orta (HGO), da Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS), começou a semana passada a realizar as primeiras cirurgias robóticas da sua história, sendo o único na Península de Setúbal com esta tecnologia, foi revelado na passada Sexta-Feira, 28 de Fevereiro. Na zona sul do país, apenas o Algarve tem esta tecnologia, em Faro e Portimão.
Segundo a ULSAS, o sistema robótico da Vinci Xi é a mais recente evolução da cirurgia robótica minimamente invasiva, permitindo a sua execução através do controlo manual, por parte do cirurgião, de comandos existentes numa consola no bloco operatório. Os movimentos do cirurgião são transmitidos aos instrumentos cirúrgicos de forma intuitiva, rigorosa e precisa.
Em comunicado, a ULSAS adianta que o robot foi instalado a 10 de Outubro de 2024, em resultado de um investimento de 1,9 milhões de euros, financiado pela União Europeia — NextGenerationEU, e, desde então, tem estado a ser realizada a formação dos profissionais.
As primeiras cirurgias ocorreram durante a semana passada, dando assim início “a uma nova era na instituição”, salienta a ULSAS no mesmo comunicado.
Ainda de acordo com a ULSAS, foram realizadas ao longo da semana quatro cirurgias: “duas sigmoidectomias, a dois utentes oncológicos, de 73 e 51 anos, por uma das equipas do Serviço de Cirurgia Geral, integrada no Centro de Referência do Cancro do Reto, uma prostatectomia radical e uma nefrectomia parcial, ambas em doentes oncológicos, realizadas pelo Serviço de Urologia”.
As equipas multidisciplinares da ULSAS, adianta a unidade, foram acompanhadas nestes procedimentos “por especialistas de referência, com reconhecimento e projecção internacional” – Laura Mora (nas duas sigmoidectomias), Kris Maes (prostatectomia radical) e David Subirá (nefrectomia parcial) -, “garantindo os mais elevados padrões de exigência e qualidade”.
Em declarações à agência Lusa, o director de serviço de urologia da ULSAS e coordenador da Comissão de Cirurgia Robótica da unidade explicou que o programa no HGO vai incluir quatro especialidades: Urologia, Cirurgia Geral, Ginecologia e Otorrino.
“O nosso programa é ambicioso, não há muitos hospitais em Portugal que o tenham desenhado desta maneira porque começam geralmente com a urologia e com a cirurgia geral e depois, devagarinho, vão avançando para as outras especialidades”, disse.
Contudo, adiantou, no HGO a opção recaiu em alargar logo a outras especialidades, tendo sido formados 18 cirurgiões e 24 enfermeiros, num processo que abrangeu ainda a anestesia, os técnicos auxiliares de saúde, a esterilização e o serviço de instalações e equipamentos.
Questionado sobre as vantagens deste tipo de cirurgia, Miguel Carvalho explicou que o robot permite uma cirurgia de grande precisão, minimizando o trauma nos tecidos, o que leva a menor dor no pós-operatório e ainda à diminuição do tempo de internamento.
Além disso, acrescentou que, no caso de cirurgias à próstata, por exemplo, o uso desta tecnologia tem menor taxa de incontinência e menor taxa de impotência. “O robot não é melhor a tratar o cancro da próstata, mas destaca-se na minimização das consequências funcionais”, frisou.
Para o presidente do conselho de administração da ULSAS, Pedro Correia Azevedo, “o arranque do Programa de Cirurgia Robótica é um marco extraordinariamente importante para a ULSAS” e, sobretudo, para os utentes que o hospital serve, bem como para os profissionais.
“Graças a profissionais de excelência e a este programa, que reflecte uma aposta clara na inovação, a ULSAS passa a prestar cuidados de saúde de última geração, em diversas especialidades”, destaca Pedro Correia Azevedo, citado no comunicado, acrescentando que a “aposta na inovação torna a unidade mais competitiva e mais atractiva, fundamental para reter e cativar novos profissionais.”
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